Sunday, October 17, 2010


Can we pretend that airplaines in the night sky are like shooting stars, I can use a wish right now.

" Podemos dizer que são reais os pensamentos e sentimentos de alguém, mas sempre sob reserva de garantias personalistas, já que não são tangíveis, objetivamente comprováveis."

"O ser das coisas está na percepção subjetiva e que portanto, REAL é o que emerge na consciência."

Muitas vezes já nos perguntamos se o que estamos vivendo é uma realidade, ou apenas uma perspectiva fabricada por nós mesmos. Ao constatar que a consciência não é algo que está presente como parte biológica do nosso ser, e sim como uma instância flutuante em nossa personalidade, que pode assumir diferentes formas a medida que percebemos as coisas, constatar que de certa forma o que criamos pode ser fruto de nossa imaginação sobre as coisas que realmente nos parecem concretas causa um certo receio. Estes dias procurei algumas palavras para explicar o conceito de coexistência. Quando dois corpos coexistem em um espaço, sem necessariamente misturarem-se a ponto de serem um. Muitas pessoas projetam nas relações afetivas um simbolismo de unicidade pelo fato de estarem em constante troca de idéias, sentimentos e ações, porém, é justamente através dos caracteres distintos que se estendem as definições do termo coexistir. Nunca duas pessoas poderão ocupar o mesmo espaço de matéria a menos que submerjam uma na outra. Esta submersão metafórica requer um certo esforço para compreender como nos entregamos aos laços estabelecidos por nós mesmos, estando vulneráveis de alguma forma a instigar o lado mais oculto das nossas carências. É por isso que de certa forma coexistir implica em aprendizado e auto-conhecimento, o que na maioria das vezes não se apresenta como uma tarefa fácil. A frase "criamos nossas realidades" se aplica a força que temos através do livre arbítrio de viver o que escolhemos viver, mesmo que esta escolha não tenha sido pensada, e sim uma consequência dos impulsos nervosos do nosso inconsciente. Dessa forma, para entender a realidade em que se vive no momento presente, é necessário recapitular como ela se fundou, se sob um estímulo externo, sob um desejo ou sentimento de mudança, sob uma necessidade ou carência e ainda sob uma tentativa furtiva de fuga de outra realidade. Muitas pessoas que coexistem preferem obliterar a sua própria existência para viver a outra, pois justamente estão tentando fugir de alguma coisa. Todos estamos tentando acertar mais do que errar, experimentando caminhos diversos. Racionalizando o irracionalizável, testando o intestável, corrigindo o incorrigível, adentrando um território intangível, o afetivo. O representacional, o desconhecido. O que nos agrada aos olhos, e nos acaricia a alma e ao mesmo tempo causa um certo desconforto por penetrar tão profundamente nas esferas que talvez, individualmente não tenhamos conseguido alcançar.

Estou vivendo em um momento em que as palavras podem fugir por alguns instantes, mesmo assim estou tentando converter minhas sensações em manifestações pouco esclarecedoras. Por enquanto ainda não inventaram um aparelho de diagnóstico da alma, e mesmo que inventassem duvido muito que acreditaríamos nas prescrições que nos fossem dadas, aliás, acredito que todos estamos sujeitos a sofrer por nossas próprias escolhas, mesmo que não tenhamos o nosso próprio consentimento para tomá-las. Quando se vive demais, se aceita também, os contras que esta intensidade carrega. A destemperança na dosagem de tudo, é o que talvez motive a busca pelo equilíbrio, mesmo que este seja uma utópica projeção do que jamais poderá ser alcançado, a perfeição.

Há chamas dentro de uma cápsula real chamada vida, ela queima a cada dia em que viramos as costas para o passado e enfrentamos o futuro, que talvez, não exista e seja apenas uma convenção do tempo para nos manter na estrada. Vulnerabilidade, esta é a palavra que define a sensação presente.

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