Monday, November 24, 2008


Meu corpo à apreciar o sol, quente. Leve brisa de verão embalando a tarde, um pouco de silêncio para uma mera abstração e muitas lembranças me fazendo companhia. Os raios esquentam a pele, fazem o corpo transpirar, o cheiro do protetor solar sucita na memória a praia das ondas descompassadas indo e vindo. Tal qual como como meus pensamentos. Um tanto longe mesmo que situados no presente e bem próximos como se não fossem meros fragmentos de dias atrás.


Recosto a cabeça e uma subita sensação de inquietude paira sobre mim. Começo a compreender o porque de tantos ditados falaram sobre o tempo e teimarem em convencionar uma linha imaginária entre passado, presente e futuro como se estes pudessem existir isoladamente ou dissociados de nós.


A verdade é que o dia de ontem pode ser uma constatação vista por mim neste invervalo de tempo em que me encontro agora, com olhos mais detalhistas que por vezes me fazem tirar conclusões das quais outrora não era capaz, simplesmente porque nossa iris sempre está voltada ao que estamos vivendo em um exato momento, seja bom ou ruim.


Os meses que precederam o dia de hoje foram monótonos, na verdade, parecem-me sucessivas incursões na tentativa de alçar algo que já estava muito além do meu controle. Longe dos meus olhos, e fora do palpável. De forma que a duvida tenha assolado este tempo passado e tornado angustiante uma espera que por ventura terminou graças a uma intervenção externa.


Sim somos tolos em enganar nossos sentidos, trocando os cheiros, os objetos, os pensamentos de lugar. A percepção é como uma bússola e vãs são as tentativas de ludibriá-la pois ela é certeira e nos atinge muitas vezes com um golpe inesperado, do qual tentamos nos defender criando idéias e conceitos e insuflando sonhos que são na verdade, uma fuga que nos impede de enxergar e sentir a realidade racionalmente, proporcionalmente, sensatamente, coerentemente mesmo quando nosso corpo já a enxergue e sinta a ponto de causar um incêndio dentro de nós.


Agora me vejo em meio a um museu branco, imaculado. Transitando, flutuando, sentindo com os pés descalços e transpirando com a alma as emoções que transcendem através do vestido vermelho longo, e dos pés descalços no mármore frio. Algo vibrante que penetra por entre as muretas de concreto para fazer dissipar daqui todos os medos, todos os presságios mal compreendidos e todas as formas de auto contentamento que me impediram simplesmente de me sentir leve, a ponto de voar... como no momento em questão.


Queimam-se cartas de amor, documentos confidenciais e papéis reveladores como se o fogo fosse apagar algo que por si só já é marcado por uma chama latente que mesmo esmaecida tatua como ferro quente. Nos fechamos dentro de nós mesmos quando deixamos de lado estes avisos de emergência que nosso corpo nos trasmite. Como se nos deixassemos de lado com o intuito de não viver ou experimentar aquilo que nos é apresentado.


O mundo é como um grande e único ser, e dentro dele existem infinitos mundo e seres que fantasmagoricamente assombram aqueles que limitam-o a uma janela cerrada para qualquer horizonte. Descortina-se a vida no minuto de tempo que já se fora junto com a intensidade dos raios do sol, que agora mais brandos, não mais esquentam a pele ao ponto de tranbordar gotículas de suor. Transfigura-se na paisagem um momento único de desfecho para uma crônica de liberdade para um espírito livre.

Sunday, November 23, 2008


Como os pássaros no final da tarde em que o por do sol já não existe tão claramente e some junto as nuvens que contornam o imenso céu, alguns sentimentos se dissipam nestes últimos dias. Sabores diferentes, recheios distintos, cores novas, lugares e pessoas estranhas, mundo, vidas, colisão de idéias... Assim se chocam minhas emoções. Passáros que batem em revoada em busca de um horizonte comum, mas incomum também. Estou só, e assim pretendo ficar. Estou só porque você escolheu assim, e a tua decisão me fez perceber que a minha vida só, pode ser bem mais interessante do que a anterior. Somos tantos eus dentro de uma personalidade ou de diversas personalidades, somos fantasmas de nós mesmos quando tentamos fugir de algo vestindo a fantasia de um outro eu, ou buscando a felicidade em coisas que até então haviam sido congeladas. Congelam-se amigos hoje em dia, para poder saboreá-los mais tarde enquanto a vida corre por aí. Congela-se tudo praticamente, e é algo extremamente perigoso. Porque depois de congeladas as coisas liquidas nunca mais se dissolvem nas mesmas, elas se tranformam e muitas vezes perdem seu sabor original. Quem somos nós? Originais ao ponto de serem originados, ou originados para serem originais? Quem são estes infinitos eus que divagam dentro de nós até que alguma situação lhe dê a premissa para finalmente ser. Ser, estar, partir, ficar, sentir, ousar, contar, esperar, voar neste infinito brando e terno que pode ser um céu cheio de passáros ou um bando de pássaros cheios de céu!!!!

Sunday, November 16, 2008


Estou só no vagão das emoções. Algo estranho como a incerteza de um possível. Tudo é abstrato. O carinho já não pode tocar com as mãos, o céu é tão alto que cada vez mais se distancia das mãos, e as cores se derramam uma a uma nesta tarde cansativa, de espera de possibilidade incolor. O trem segue por entre os trilhos e apita um sino agudo que faz tremer o coração, uma angustia que ao fechar dos olhos comprime os dentes e a boca e o ar se condensa em segundos apressados. Dizem que a pressa é a maior inimiga da perfeição, mas o que é a perfeição se não uma obra inacabada... Não existe perfeito mas existe pressa. Não existe futuro, sem existir o hoje.

Thursday, November 06, 2008



Quando vale o amor de um homem?
Suas esperanças, suas atitudes, suas aspirações seus êxitos, suas conquistas, seus desafios, sua crença, sua bondade, seu instinto e seu coração...E quem dirá daqueles que não sabem contar? Que não medem o tamanho da esperança e que não falam sobre suas aspirações...Dirá- se que, estes então não merecem ser amados. Confunde-se muitas vezes o sentimento de carência ao sentimento de amar, e confunde-se mais ainda o sentimento de solidão, com o “estar junto”, mas o que é estar junto? Será que amar por palavras é amor latente igualmente amado através do tato? Do contato da pele do cheiro do sorriso e também do olhar...
Digo que muito sonhei durante este tempo em que me julguei amada por inteiro, sendo que um quarto seria muito para saber o que realmente é amor. Sinto que a paixão se dissipa lentamente e com ela aquele desejo inerente de estar a todo tempo a toda hora e a todo custo perto de alguém puramente. Ouve-se dizer que o amor sabe esperar que ele tudo suporta então o que sinto não é amor, é algo que perde a forma a cada dia algo que se dissipa com o vento e com o fim da estação.
Quero um amor maior, um amor do tamanho dos meus sonhos, aquele com que eu possa contar sempre, quando estiver triste e quando sentir a angustia apertar no coração. Quantas noites mal dormidas, quantos dias passados em branco, quanto tempo longe de quem acredita-se que ama, mas na hora em que a coisa aperta, sabe-se que este amor é passageiro, confunde-se pois não sabe se fica ou se esvai por inteiro, navega entre as águas como um mal marinheiro e deixa o barco naufragar sem aprumar o veleiro. Falta sentir o coração pulsar de verdade, ser acolhida e esperar a surpresa que o amor sempre traz, quem sabe nos versos das músicas nas poesias e nos filmes, este amor não pareça ser de mentira. Eu construí um ideal que talvez só exista pra mim. Ele pensa que entende tudo que está a sua volta, que conhece mais do que qualquer outra pessoa o amado, sendo que na verdade, este é o maior estranho que já conhecera, pois tudo nele surpreende, e o tempo que espera-se que seja a cura para toda rosa que murcha, deve portanto, fazer renascer um alguém que eu conheça, que tenha cara e coração de gente e que tenha mãos que conduzem grandes conquistas. Do contrário, prefiro eu ficar a planejar minha existência entre uma linha e outra, só, com a felicidade que a juventude me oferece e o poder que a minha vontade dita. Sou brisa, sou mar, sou sol e neve, sou tempestade, sou raio, sou doce, e sou manteiga, eu derreto como soda na sua pele alva, e te faço sangrar como um cordeiro. Pois eu sou mais daquilo que você achou que poderia ter. EU SOU O AMOR, e não estou a venda mesmo que os teus valores estejam um pouco elevados, meu parâmetro continua o mesmo e a largura dos meus sonhos é infinita.