Thursday, August 04, 2011

Learning How To Feel


                              É difícil constatar que tudo que você mais amou ou odiou ser, lentamente foge daquilo que você é hoje. Passado e presente não são necessariamente a mesma coisa, pelo contrário, insistem em se dissociar a medida que é impossível seguir em frente sob duas formas. Ou você vai por um lado, ou vai pelo outro. A velha  história da encruzilhada das escolhas. 
                         Como eu adoro sentir a sensação que meus dedos deslizam no teclado em sintonia com cada pensamento que vem à cabeça, e é tão bom poder escrever sobre o que busco ser e não sobre o que já fui, pois isto seria tão demodê. A verdade é que estou sofrendo uma grande mudança. E nenhuma mudança que seja por inteiro verdadeira, passa ilesa. A maior prova disso é a natureza. Vivemos em meio a ciclones, catástrofres naturais, chuvas torrenciais, ventos que movem montanhas e destroem civilizações, e ao que tudo indica isso é a mesma coisa que uma tempestade emocional. Uma força gritante que arde na pele e queima a alma. Fragmenta aqueles pedaçinhos que remontam uma história guardada no fundo do baú das memórias, e sustentam um frágil momento equilibrado sobre o pilar da nostalgia. 
                      Estar de olhos abertos não significa exatamente enxergar. É preciso sentir antes de tudo. "Filtrar as emoções pelo intelecto, e o intelecto pelas emoções". Colher do movimento ao redor um pedaço de esperança para fazer do resto dos dias, melhores. Não ser pego pelos detalhes, fazer a diferença. Mas ao mesmo tempo, esses nós que deixamos atrelados ao passado parecem que nunca desatam. É como fazer uma tattoagem, mesmo que você mude, ela vai permanecer em você. Isso fortalece a idéia de que tudo que eu fizer de bom, ou de ruim, vai permanecer de alguma forma em mim. Gosto do fogo por isso, ele transforma tudo que toca. Queima, reduz a cinzas formas volumétricas. E o que o volume simboliza se não houver intensidade? Nada.