Monday, August 11, 2008


Minhas certezas foram rasgadas por um lastro de bala saliente e que as fundiu em dúvidas. Para que eu possa reformula-lás e assim atribuir novos conceitos a minha vida e ao meu comportamento. Sinto um calor sobre o corpo que pesa, a estação é imprópria para altas temperaturas, mas meu coração está em estado febrio.

Muitas coisas das quais eu procuro me desligar são energias vitais para meu bom condicionamento físico e psíquico. Não quero confundir a realidade que vejo através de uma órbita apaixonada pelas coisas, pelos lugares e pelas pessoas. Em uma gangorra realista e por vezes romântica me mantenho à espera de manifestações de apreço e carinho sem ao menos me dar conta se estou emitindo tal coisa.

O crepúsculo do dia ironicamente quando as primeiras horas da tarde começam a tilintar no relógio, me impede de focar meus pensamentos em grandes coisas, lugares ou pessoas. Vejo as flores e dramatizo uma cena entrecortada de algo que eu tanto preciso, felicidade provinda de uma chuva de pétalas coloridas que eu posso avistar de longe em um jardim que o nome sei de cor.

Há uma oscilação enervante ultimamente. Deve ser obra do clima, das fases da lua...Através da janela flashes de movimento verde, céu, nuvens intensas e sol resplandescente vislumbro um momento no qual estou apostando todas as minhas fichas, segundo após segundo numa espera contínua que pretendo fazer valer a pena. Espero não frustrar minhas expectativas.

O sol reflete sobre os pelos claros e disformes do braço em um angulo em que posso visualizá-los eretos e interligados a cutis como extensões dos nervos que transitam dentro de mim. Enquanto os dedos que compõe estas palavras procuram alcançar o conforto de uma mão que está alheia a este momento, mas que consigo desenhar através destas linhas como se cada uma pertencesse a um pedaço de tudo que compõe a palma da tua mão.

O destino é algo extremamente sinuoso, por horas parece um mapa com o qual eu encontro meu caminho e guio-me a determinado ponto, em outros momentos esta mesma certeza formada pelos mais precisos sentidos de direção, parece se dissolver em um labirinto no qual eu estou sempre buscando a saída.

Há tantos aromas no ar, uma nova estação se pronunciá-ra em breve, desejo veemente que ela traga consigo mais flores as quais eu possa admirar, e um tempo mais brando para climatizar meu coração. Sei que o amor já não é fogo que incendeia, mas que vai queimando a lenha pouco a pouco, e é preciso repô-la.

O dia amanheceu da mesma forma que ontem anoiteceu. Meu coração insconstante procura algo que o conforte sem mesmo precisar as palavras, quero emoção. Estou com medo do que possa vir a acontecer, como se o presente estivesse fadado a não ser mais tão alegre quanto eu gostaria que fosse, mesmo eu me empenhando ao máximo para isso.

Sinto como se houvesse um oceano me separando de tudo aquilo que mais desejo. Afinal, eu pertenço aos meus desejos... Sinto o ar gelado importunando uma manhã aparentemente tranquila.

Vou descrever esta tal dependência que adquirimos enquanto nos entregamos aos sentimentos como se estes fossem os mesmos que governassem nosso mais íntimo eu. Pois bem esta tal dependência muitas vezes é algo que corrói e desestabiliza nossas escolhas e torna nossos caminhos mais truncados do que poderiamos traçar em um vago rascunho do tempo.

Os corpos quando estão distantes são vulneráveis a suas prisões internas, a uma cadeia mental de reações frenéticas e adversas...Como se estes estivessem fadados a comtemplar a si próprios no epelho como Narciso o fez, na espera e alimentando a expectativa de ter seu corpo possuido por aquele que sente da mesma forma e com a mesma intensidade, enquanto o outro do espelho desfruta um prazer que deveria ser do corpo distante.

E isto dificulta a sintonia. Quando ela se perde em um curto período de tempo, é como se existisse um vácuo que nos impede de ligar os sentidos e confortar o coração.

Este jogo de se importar com quem se ama é como um fogo que nem sempre está em chamas e ser feliz é uma química nobre, ao tempo que ser triste é a comprovação da derrota e fraqueza humana. Um defeito na fonte prepulsora de todas as coisas que pode ser consertado com uma enxurrada de surpresas boas.