Monday, November 24, 2008


Meu corpo à apreciar o sol, quente. Leve brisa de verão embalando a tarde, um pouco de silêncio para uma mera abstração e muitas lembranças me fazendo companhia. Os raios esquentam a pele, fazem o corpo transpirar, o cheiro do protetor solar sucita na memória a praia das ondas descompassadas indo e vindo. Tal qual como como meus pensamentos. Um tanto longe mesmo que situados no presente e bem próximos como se não fossem meros fragmentos de dias atrás.


Recosto a cabeça e uma subita sensação de inquietude paira sobre mim. Começo a compreender o porque de tantos ditados falaram sobre o tempo e teimarem em convencionar uma linha imaginária entre passado, presente e futuro como se estes pudessem existir isoladamente ou dissociados de nós.


A verdade é que o dia de ontem pode ser uma constatação vista por mim neste invervalo de tempo em que me encontro agora, com olhos mais detalhistas que por vezes me fazem tirar conclusões das quais outrora não era capaz, simplesmente porque nossa iris sempre está voltada ao que estamos vivendo em um exato momento, seja bom ou ruim.


Os meses que precederam o dia de hoje foram monótonos, na verdade, parecem-me sucessivas incursões na tentativa de alçar algo que já estava muito além do meu controle. Longe dos meus olhos, e fora do palpável. De forma que a duvida tenha assolado este tempo passado e tornado angustiante uma espera que por ventura terminou graças a uma intervenção externa.


Sim somos tolos em enganar nossos sentidos, trocando os cheiros, os objetos, os pensamentos de lugar. A percepção é como uma bússola e vãs são as tentativas de ludibriá-la pois ela é certeira e nos atinge muitas vezes com um golpe inesperado, do qual tentamos nos defender criando idéias e conceitos e insuflando sonhos que são na verdade, uma fuga que nos impede de enxergar e sentir a realidade racionalmente, proporcionalmente, sensatamente, coerentemente mesmo quando nosso corpo já a enxergue e sinta a ponto de causar um incêndio dentro de nós.


Agora me vejo em meio a um museu branco, imaculado. Transitando, flutuando, sentindo com os pés descalços e transpirando com a alma as emoções que transcendem através do vestido vermelho longo, e dos pés descalços no mármore frio. Algo vibrante que penetra por entre as muretas de concreto para fazer dissipar daqui todos os medos, todos os presságios mal compreendidos e todas as formas de auto contentamento que me impediram simplesmente de me sentir leve, a ponto de voar... como no momento em questão.


Queimam-se cartas de amor, documentos confidenciais e papéis reveladores como se o fogo fosse apagar algo que por si só já é marcado por uma chama latente que mesmo esmaecida tatua como ferro quente. Nos fechamos dentro de nós mesmos quando deixamos de lado estes avisos de emergência que nosso corpo nos trasmite. Como se nos deixassemos de lado com o intuito de não viver ou experimentar aquilo que nos é apresentado.


O mundo é como um grande e único ser, e dentro dele existem infinitos mundo e seres que fantasmagoricamente assombram aqueles que limitam-o a uma janela cerrada para qualquer horizonte. Descortina-se a vida no minuto de tempo que já se fora junto com a intensidade dos raios do sol, que agora mais brandos, não mais esquentam a pele ao ponto de tranbordar gotículas de suor. Transfigura-se na paisagem um momento único de desfecho para uma crônica de liberdade para um espírito livre.

Sunday, November 23, 2008


Como os pássaros no final da tarde em que o por do sol já não existe tão claramente e some junto as nuvens que contornam o imenso céu, alguns sentimentos se dissipam nestes últimos dias. Sabores diferentes, recheios distintos, cores novas, lugares e pessoas estranhas, mundo, vidas, colisão de idéias... Assim se chocam minhas emoções. Passáros que batem em revoada em busca de um horizonte comum, mas incomum também. Estou só, e assim pretendo ficar. Estou só porque você escolheu assim, e a tua decisão me fez perceber que a minha vida só, pode ser bem mais interessante do que a anterior. Somos tantos eus dentro de uma personalidade ou de diversas personalidades, somos fantasmas de nós mesmos quando tentamos fugir de algo vestindo a fantasia de um outro eu, ou buscando a felicidade em coisas que até então haviam sido congeladas. Congelam-se amigos hoje em dia, para poder saboreá-los mais tarde enquanto a vida corre por aí. Congela-se tudo praticamente, e é algo extremamente perigoso. Porque depois de congeladas as coisas liquidas nunca mais se dissolvem nas mesmas, elas se tranformam e muitas vezes perdem seu sabor original. Quem somos nós? Originais ao ponto de serem originados, ou originados para serem originais? Quem são estes infinitos eus que divagam dentro de nós até que alguma situação lhe dê a premissa para finalmente ser. Ser, estar, partir, ficar, sentir, ousar, contar, esperar, voar neste infinito brando e terno que pode ser um céu cheio de passáros ou um bando de pássaros cheios de céu!!!!

Sunday, November 16, 2008


Estou só no vagão das emoções. Algo estranho como a incerteza de um possível. Tudo é abstrato. O carinho já não pode tocar com as mãos, o céu é tão alto que cada vez mais se distancia das mãos, e as cores se derramam uma a uma nesta tarde cansativa, de espera de possibilidade incolor. O trem segue por entre os trilhos e apita um sino agudo que faz tremer o coração, uma angustia que ao fechar dos olhos comprime os dentes e a boca e o ar se condensa em segundos apressados. Dizem que a pressa é a maior inimiga da perfeição, mas o que é a perfeição se não uma obra inacabada... Não existe perfeito mas existe pressa. Não existe futuro, sem existir o hoje.

Thursday, November 06, 2008



Quando vale o amor de um homem?
Suas esperanças, suas atitudes, suas aspirações seus êxitos, suas conquistas, seus desafios, sua crença, sua bondade, seu instinto e seu coração...E quem dirá daqueles que não sabem contar? Que não medem o tamanho da esperança e que não falam sobre suas aspirações...Dirá- se que, estes então não merecem ser amados. Confunde-se muitas vezes o sentimento de carência ao sentimento de amar, e confunde-se mais ainda o sentimento de solidão, com o “estar junto”, mas o que é estar junto? Será que amar por palavras é amor latente igualmente amado através do tato? Do contato da pele do cheiro do sorriso e também do olhar...
Digo que muito sonhei durante este tempo em que me julguei amada por inteiro, sendo que um quarto seria muito para saber o que realmente é amor. Sinto que a paixão se dissipa lentamente e com ela aquele desejo inerente de estar a todo tempo a toda hora e a todo custo perto de alguém puramente. Ouve-se dizer que o amor sabe esperar que ele tudo suporta então o que sinto não é amor, é algo que perde a forma a cada dia algo que se dissipa com o vento e com o fim da estação.
Quero um amor maior, um amor do tamanho dos meus sonhos, aquele com que eu possa contar sempre, quando estiver triste e quando sentir a angustia apertar no coração. Quantas noites mal dormidas, quantos dias passados em branco, quanto tempo longe de quem acredita-se que ama, mas na hora em que a coisa aperta, sabe-se que este amor é passageiro, confunde-se pois não sabe se fica ou se esvai por inteiro, navega entre as águas como um mal marinheiro e deixa o barco naufragar sem aprumar o veleiro. Falta sentir o coração pulsar de verdade, ser acolhida e esperar a surpresa que o amor sempre traz, quem sabe nos versos das músicas nas poesias e nos filmes, este amor não pareça ser de mentira. Eu construí um ideal que talvez só exista pra mim. Ele pensa que entende tudo que está a sua volta, que conhece mais do que qualquer outra pessoa o amado, sendo que na verdade, este é o maior estranho que já conhecera, pois tudo nele surpreende, e o tempo que espera-se que seja a cura para toda rosa que murcha, deve portanto, fazer renascer um alguém que eu conheça, que tenha cara e coração de gente e que tenha mãos que conduzem grandes conquistas. Do contrário, prefiro eu ficar a planejar minha existência entre uma linha e outra, só, com a felicidade que a juventude me oferece e o poder que a minha vontade dita. Sou brisa, sou mar, sou sol e neve, sou tempestade, sou raio, sou doce, e sou manteiga, eu derreto como soda na sua pele alva, e te faço sangrar como um cordeiro. Pois eu sou mais daquilo que você achou que poderia ter. EU SOU O AMOR, e não estou a venda mesmo que os teus valores estejam um pouco elevados, meu parâmetro continua o mesmo e a largura dos meus sonhos é infinita.

Wednesday, October 22, 2008

Monday, October 13, 2008



Chove lá fora, a chuva inunda as poças nas ruas e faz jorrar pelas valetas água por todos os cantos... Estou dentro de casa, a luz do computador incomoda um pouco os olhos, me sinto cansada, meu físico está repleto de energia e endorfina e o cansaço psíquico é que deixa transparecer meu descontentamento.


Ando por aí sem saber a direção que vou dar a meus rascunhos de vida, e preciso externar algumas poucas palavras significativamente nulas no tempo que passa feito rajada, enquanto a chuva continua a cair...


Faz algum tempo que deixei de contar os dias, faz tempo que eles voam sobre mim como um míssel de guerra e faz tempo que estou cansada de esperar por um dia que quando chega se torna dúvida que plana sob meus pensamentos diariamente. Algo me acorrenta, me tira os sentidos, me faz uma massa inerte que está a divagar sem provar das sensações que o mundo tem a oferecer.


Me sinto dentro de uma bolha que está prestes a estourar e que chia como uma panela de pressão que coze as pressas um alimento qualquer. Tenho raiva, ansiedade de que o tempo passe logo para que eu me liberte de alguma forma desta tortura que sinto minuto a minuto, quando os ponteiros do relógio não giram e eu continuo a esperar em vão por algo que talvez já esteja grão por grão perdendo sua forma, como os castelos que as crianças montam na areia da praia.


Algumas horas atrás estive a contemplar algumas fotos e elas me afloraram um sentimento de nostalgia que me suscitou algumas coisas como se o ano em questão, este que estamos vivendo no calendário e o passado, se é que ele existe, não tivessem sido vividos devidamente.


Esta é a sensação que emana sobre mim nestas primeiras horas de uma noite que ciclicamente está sendo igual à de ontem e mais parecida ainda com a de amanhã. A rotina é o remédio para os que pensam que são loucos e a insanidade para aqueles que gostariam de ser normais

Friday, September 26, 2008


Vivemos em um grande aquário, enquanto nós humanos ousamos olhar para cima e contemplar o céu, nos despedaçamos em cacos dentro de um imenso campo de eletricidade. Somos átomos imersos, em nossos preceitos, dogmas, pecados, medos, desejos, ambições...


Mas o que nos segura aqui? Que é esta tal de gravidade? Algo com o qual podemos nos segurar? Onde está o contra peso das nossas fraquezas? Onde está o diretor deste teatro de peixes que não conseguem mais viver em seu próprio habitat?


Naufragamos no peso do nosso próprio corpo cada vez que damos vazão aquilo que faz parte da obscuridade. É extremamente paradoxal pois somos seres abissais dentro deste grande aquário de modo que estejamos de certa forma cegos na escuridão.


Sem toques, sem afeto, sem gestos de bondade, sem alegria, sem brilho no olhar, sem ânimo, sem sensação, sem carinho somos como mostros oceânicos criados em cativeiro, quando nos soltamos à merce da grande correnteza da sociedade estamos vulneráveis a permutar nossa vida inteira e nossas alegrias em troca de conforto momentâneo.


Pois é isso que muitas vezes o convivio social nos proporciona. Chego a esta conclusão particularmente porque quanto mais se convive com os "outros" maior é a frieza e insípidez com que se tratam os mesmos, nesta banalidade cotidiana onde as regras o tempo que impõe e as leis são o limite de um território que deveria ser infinitamente livre, sem fronteiras.

Friday, September 12, 2008



É madrugada de terça-feira para quarta, muitas pessoas estão no aconchego de seus lares dormindo o sono dos justos, outros trafegam na imensidão da madrugada, alguns por ocío do ofício outros nem tanto... De repente uma luz se acende na janela vizinha de cabeceira ilumina com um feixe objetivo a cama onde está, imaculado o corpo estirado de uma bela moça, deve ter lá seus 21 anos, jovem demais para o mundo e velha demais para seus conceitos de criança que não faz força para abrir os olhos para a maturidade, quase que como um monumento intangível. Sinto que não estou sozinha, há vida através dos espaços, até mesmo naqueles que alguns anos atrás eram considerados os corredores para o futuro, me refiro a internet, essa ferramenta bárbara através da qual podemos desbravar todo e qualquer tipo de terreno... Uma geografia feita sob medida para o movimento incessante que tem embalado nossas vidas. Minha, dessa menina a sombra da luz de cabeceira, dos doentes e aflitos que estão escondidos nos submundos e de nós seres bem confortados em nossas poltronas, em nossos medos e desejos, pensamentos e ações. Quero crer eu que a comunicação um dia fara companhia também para os ratos escondidos abaixo das grandes cidades, pois onde ela está ninguém a vê, mas sente sua presença. Não há como negar que vivo em uma realidade muito boa, navego através de um nó, de um fluxo, de um site, de um portal, falo mais de uma língua, conheço diversos países, sou extremamente ligado ao meu tempo, descolado e agitado, vivo em um momento frenético a cada instante que respiro e sorvo o mesmo ar. Bem voltando ao princípio, quer dizer ao ponto de partida quero lembrar que esta semana começa com um tom de reflexão. Não por ser mais um dia em minha vida, agradeço, mas meu apelo é outro. Venho me sentindo aflito, cansado, exausto desta realidade que eu começo a desnudar como um prelúdio. Sinto que sou um ser humano enfastiado de tudo de bom, não tenho grandes preocupações, nem doença que me impeça de viver saudavelmente, nem nada que atrapalhe o fluxo decorrente dos dias, mas me sinto vazio. Me sinto infinitamente vazio. Moro no século XXI que me conecta ao mundo mas me recruto ao meu eu, agora cabisbaixo para pensar... Me sinto hipócrita. Me sinto o homem mais mal agradecido do mundo, me sinto sujo, inescrupuloso, me sinto culpado, me sinto anestesiado, me sinto falso... Sou uma figura conhecida dos meus próprios escapamentos, tentáculos de defesa que estou diferindo a todo instante. Me sinto só, desacreditado no amor, e este mal estar é obra dos meus intermináveis conflitos internos. Ás vezes acredito de verdade que sou um homem adulto, que tenho minhas opiniões próprias meus gostos, minhas peculiaridades... Mas quando vejo meu reflexo no espelho não reconheço a imagem que se assemelha a mim, ou que é de fato minha face. Sei que também possuo uma sombra, mas ela está de licença. Quero reconhecer todas estas constatações perante alguém que possa me julgar como tal, quem será este alguém meu alter ego? Neste momento eu gostaria de ser a menina linda, deitada sobre seu leito, imaginando um príncipe encantado se apoderar de seu corpo e conquistar sua alma, pacientemente, e com a coragem e bravura de que se ouve falar nos contos de fadas. Onde a luz que incide sobre seu corpo a faz imaginar borboletas e bolhas de sabão voando pelo espaço, e sentir seu corpo deitado sobre uma relva verde ao lado do seu bravo guerreiro, que enfrentou o mundo para possuí-La em seus braços naquele instante eterno. Fecho a página de projeção de um conto de fadas ou de uma realidade otimista, para voltar ao julgamento de quem sou e de quem eu quero ser, perante alguém que vai me analisar e apontar o que eu de fato sou. Não quero ser o eu triste que trafega por entre os becos formados por nós digitais neste princípio de terça feira inchada. Estou providenciando um diurético para acalmar este alvoroço. Pretendo colorir algo quando o dia amanhecer, fazer o bem para alguém, não pronunciar uma palavra que sugira reclamação, ser coerente, compassivo, carinhoso comigo mesmo, com meu corpo e com a minha alma. Pretendo admirar a paisagem como bem faço todos os dias e através de uma ótica mais romântica problematizar o amor em versos, ou em olhares, ou em pensamentos bons. Quero acreditar que o amor existe, que ninguém é triste que na vida haverá sempre amor...E quero por um instante me sentir como se estivesse tomado por um sentimento de euforia que repentinamente me deixará radiante e me trará de volta o brilho e a juventude que eu possuo, a vida que corre por entre as minhas veias que clama por urgência com sede de mudança e vai de verdade urgir o despontar do dia com muita garra, pois só os que lutam para viver é que de fato sobrevivem. Neste momento, quero que como um lapso de memória nostálgico voltar ao balanço do quintal dos meus avós, e recordar o amor e o carinho e o tamanho cuidado que eu recebia naquele jardim. Eu florescia enquanto as velhas flores enterradas dentro dos vasos murchavam no decorrer da estação, e eu contornava meus melhores momentos com brincadeiras. Não existia praticamente nada, mas o circo era montado a comida era preparada, cozida e servida, as fantasias nunca perdiam o brilho mesmo impregnadas de naftalina e o chamar para o almoço era o melhor convite para saborear uma prato saboroso de cheirinho sem igual que confundia-se com o aroma de primavera, das flores de maracujá e das glicíneas, das pétalas das rosas caídas no chão e do néctar dos beija-flores. Existe alguém com um coração gigante, esperando por mim... Vou deitar a cabeça no meu travesseiro enquanto a moça apaga a luz de cabeceira e se encolhe para o lado para dormir e sonhar o reflexo da sua realidade. Enquanto a noite continuará a movimentar-se, a se fazer transito de idéias, pessoas, dramas e casos, e também de sombras que povoam os esgotos... E compunham um cenário real de vidas e de mortes e de ressurreições a cada início e término de dia.

Sunday, September 07, 2008


Alguém bateu a minha porta ontem à noite...Um velho conhecido que divaga por entre as plataformas desta infinita labareda de novidades que se chama web. A partir disto foi como uma anestesia lenta, me senti leve e começei a divagar por entre os abismos da minha mente, abismos e culmes povoados de coisas boas e de torturosos e ácidos desejos. Como o de fumar um cigarro e ver a fumaça se dissipar como um suspiro...Ontem à noite, troquei palavras incoerentes com a incoerência e ela me disse para ser coerente. Foi então que resolvi mesmo naquele instante deixar que meu eu flutuasse por onde ele quisesse sem pudor sem culpa sem ressentimento, afinal não existe algo tão libertário quanto a nossa imaginação..

E neste momento me senti onipresente, como se tudo pudesse se converter em um prisma de lugares e eu no centro deste me dissipa-se por entre os espelhos e fosse um objeto unico refletido sobre mim mesma.

Então este prisma, colorido, intenso e magnético me trasporta para um lugar lúdico, onde existem flores e cores e verde e tudo de mais doce e profundo e lírico embalado por uma música dançante...

E neste tom magistral e brilhante eu me deparo com uma verdade, uma verdade prazeirozíssima...

Amar é ver a pureza de um sentimento triste se tranformar em energia que tranforma tudo em felicidade. Alegria. Momento....

Monday, August 11, 2008


Minhas certezas foram rasgadas por um lastro de bala saliente e que as fundiu em dúvidas. Para que eu possa reformula-lás e assim atribuir novos conceitos a minha vida e ao meu comportamento. Sinto um calor sobre o corpo que pesa, a estação é imprópria para altas temperaturas, mas meu coração está em estado febrio.

Muitas coisas das quais eu procuro me desligar são energias vitais para meu bom condicionamento físico e psíquico. Não quero confundir a realidade que vejo através de uma órbita apaixonada pelas coisas, pelos lugares e pelas pessoas. Em uma gangorra realista e por vezes romântica me mantenho à espera de manifestações de apreço e carinho sem ao menos me dar conta se estou emitindo tal coisa.

O crepúsculo do dia ironicamente quando as primeiras horas da tarde começam a tilintar no relógio, me impede de focar meus pensamentos em grandes coisas, lugares ou pessoas. Vejo as flores e dramatizo uma cena entrecortada de algo que eu tanto preciso, felicidade provinda de uma chuva de pétalas coloridas que eu posso avistar de longe em um jardim que o nome sei de cor.

Há uma oscilação enervante ultimamente. Deve ser obra do clima, das fases da lua...Através da janela flashes de movimento verde, céu, nuvens intensas e sol resplandescente vislumbro um momento no qual estou apostando todas as minhas fichas, segundo após segundo numa espera contínua que pretendo fazer valer a pena. Espero não frustrar minhas expectativas.

O sol reflete sobre os pelos claros e disformes do braço em um angulo em que posso visualizá-los eretos e interligados a cutis como extensões dos nervos que transitam dentro de mim. Enquanto os dedos que compõe estas palavras procuram alcançar o conforto de uma mão que está alheia a este momento, mas que consigo desenhar através destas linhas como se cada uma pertencesse a um pedaço de tudo que compõe a palma da tua mão.

O destino é algo extremamente sinuoso, por horas parece um mapa com o qual eu encontro meu caminho e guio-me a determinado ponto, em outros momentos esta mesma certeza formada pelos mais precisos sentidos de direção, parece se dissolver em um labirinto no qual eu estou sempre buscando a saída.

Há tantos aromas no ar, uma nova estação se pronunciá-ra em breve, desejo veemente que ela traga consigo mais flores as quais eu possa admirar, e um tempo mais brando para climatizar meu coração. Sei que o amor já não é fogo que incendeia, mas que vai queimando a lenha pouco a pouco, e é preciso repô-la.

O dia amanheceu da mesma forma que ontem anoiteceu. Meu coração insconstante procura algo que o conforte sem mesmo precisar as palavras, quero emoção. Estou com medo do que possa vir a acontecer, como se o presente estivesse fadado a não ser mais tão alegre quanto eu gostaria que fosse, mesmo eu me empenhando ao máximo para isso.

Sinto como se houvesse um oceano me separando de tudo aquilo que mais desejo. Afinal, eu pertenço aos meus desejos... Sinto o ar gelado importunando uma manhã aparentemente tranquila.

Vou descrever esta tal dependência que adquirimos enquanto nos entregamos aos sentimentos como se estes fossem os mesmos que governassem nosso mais íntimo eu. Pois bem esta tal dependência muitas vezes é algo que corrói e desestabiliza nossas escolhas e torna nossos caminhos mais truncados do que poderiamos traçar em um vago rascunho do tempo.

Os corpos quando estão distantes são vulneráveis a suas prisões internas, a uma cadeia mental de reações frenéticas e adversas...Como se estes estivessem fadados a comtemplar a si próprios no epelho como Narciso o fez, na espera e alimentando a expectativa de ter seu corpo possuido por aquele que sente da mesma forma e com a mesma intensidade, enquanto o outro do espelho desfruta um prazer que deveria ser do corpo distante.

E isto dificulta a sintonia. Quando ela se perde em um curto período de tempo, é como se existisse um vácuo que nos impede de ligar os sentidos e confortar o coração.

Este jogo de se importar com quem se ama é como um fogo que nem sempre está em chamas e ser feliz é uma química nobre, ao tempo que ser triste é a comprovação da derrota e fraqueza humana. Um defeito na fonte prepulsora de todas as coisas que pode ser consertado com uma enxurrada de surpresas boas.

Thursday, August 07, 2008


Sim os telefones existem para nos descomplicar a vida. Mas muitas vezes o fio telefônico enrola-se em quilométricas contas das quais eu já perdi a noção, e este que era para ser um mocinho, sutilmente vira vilão. Aquele da história sem quadrinhos, do sapo que não virou princípe e da princesa que não viveu feliz para sempre mas continua incansávelmente a procura da felicidade.

Este singelo figurão que tranforma palavras em números, em digitos decorados, uma relação intensa de amor e sonho solúvel e pesadelo do amanhã. Desenrolarei -me ei deste fio.

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Saudade só existe porque os corpos se atraem.

Monday, August 04, 2008




Ao olhar para trás, vejo tudo novamente...

Porém, a segunda vez é sempre um retrospecto. Uma volta a determinado ponto como um trem que volta a origem de partida quando chega ao fim seu itinerário. Neste novo roteiro que acabo de dar os últimos contornos, descobri que minha felicidade depende deste eu que vive intenso dentro de alguém que se conhece por mim. O sofrimento, o choro, as lágrimas que vertem vertiginosamente são as mais belas expressões de um sentimento nobre, a sensibilidade. Nada melhor do que uma conversa singela e pacífica, com uma dose de humor para que a zona cinzenta transborde em alegria.



“There are some days when I think I’m going to die from an overdose of satisfaction.” - Salvador Dali

Os minutos se passam lentamente e meus pensamentos só se voltam à você. Fico eu presa ao passado como um clássico romântico. Como poderei entender? Porque só agora ele volta e me traz de volta o que vivi. Tornando minhas manhãs melancólicas, e os dias correm na tristeza sem fim de uma alegria superficial. "Eu queria que tudo voltasse e você me ensinasse como fazer." Sei que agora tanto faz, já nem sei mais das coisas, dos amores das razões... Me perco a cada segundo na espera de que um dia eu possa ver com olhos mais lúcidos, este fragmento de tempo de outra forma, em outro ângulo.
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Me sinto estranha, já não sei o que quero mas sinto um desejo impetuoso e abstrato. Amanhã por um breve momento o acolhedor nascer do sol me libertará do que sinto. Toda a incerteza que transita em haver sempre uma certeza será o que o tempo tranformará em pó, isto que hoje tanto sonho.
Apesar destas breves e sinuosas linhas e dos dias invariavelmente penosos, hoje, sinto um aroma de liberdade entrando pelos poros o que me faz pensar que estou um tanto quanto bem. Sinto o calor de uma noite de verão pulsando nas veias, e era a última vez? Verdadeiramente faz algum tempo que quero tocá-lo, e definitivamente isto é impossível, porque você faz questão de aparecer pra mim?
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Assisti a um filme, me fez divagar por alguns instantes. A noite caiu lentamente e meus sonhos começaram a tomar forma de pesadelos. Aquele bem estar que o dia, a lembrança e o desejo haviam me proporcionado, foge por entre as paredes geladas como um fantasma assombrando minha tranquilidade. No vai e vem dos minutos que o ponteiro do relógio da sala insiste em contar, o dia vira borrão. Volto a me prostrar, soletro palavras insanidade, loucura e desespero, sentimentos confusos, palavras diferidas como golpes contundentes em meu vocabulário. As horas passam os sentimentos se divagam, há uma miscelânia de cores indescritíveis que dilatam a pupila.
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