Friday, April 24, 2009


Fico me perguntando quantas coisas perdemos ao longo da vida e imagino que para abrigar todas estas coisas seria necessário um grande setor de achados e perdidos.. do tamanho do infinito. Diversas são as coisas que perdemos, objetos de toda sorte, pessoas, sentimentos, partes de nós, ônibus, carro, hora marcada enfim até mesmo o tempo. Já ouviram falar naquela expressão perda de tempo? Não sei porque mas algo me remete a ela hoje. Muitas vezes ao nos dedicarmos com vigor a determinada coisa, ao alimentarmos sentimento de afeto, apreço e carinho, não nos damos conta que esta coisa pode um dia se perder, separar-se de nós ou simplesmente sumir enquanto caminhamos. Foi assim que meu head phone foi procurar outra morada. Agora vejamos como o verbo perder está indissociávelmente ligado ao verbo achar. Enquanto andava distraída, calada e com os pensamentos longe de qualquer território paupável meu head phone caiu no chão silenciosamente, neste mesmo instante, alguém que ali passava ou estava não sei muito bem o achou, recolheu para si e levou para todo o sempre, pois definitavamente depois de algumas vãs tentativas de encontrá-lo minha busca foi mal sucedida. Enquanto lamentei pela perda, alguém sorriu ao achar um objeto tão útil, que dirigiu uma trilha sonora curta da minha vida e teve papel importantíssimo nas minhas incursões de ônibus por aí. Pois é agora ele emana sons que fico imaginando quais no timpano de alguém. Fico pensando se esse alguém é mulher, homem, novo ou velho, se escuta música boa, que para mim seria tudo menos sertanejo pagode e afins. Sei lá não vou denominar esta pessoa de mau caráter até porque como estou tentando provar, tudo que perdemos automaticamente é achado, se não por nós, por outra pessoa. Assim como no amor. Amor muitos dizem ser um jogo, que alguns aprendem a jogar enquanto os outros ficam na arquibancada assistindo, outros falam que trata-se mesmo de aprendizado de esmero de estudo em relação ao ser amado até chegar ao apsê da admiração, outros dizem que não existe e esses me parecem bem machucados porque quem diz que amor não existe é porque nunca amou ou porque sofre por amor então acredita que ninguém vai amá-lo. Me sinto um pouco burra, bitolada, idiota sofrida por ter perdido meu querido phone de ouvido insubstituível até o momento que eu compre um novo de qualidade superior a ele.

Engraçado como tudo também gira em torno de comprar e substituir algo. Pessoas trabalham a vida inteira dão o suor e o sangue as vezes até a alma para investir toda esta intensa entrega a uma coisa que possui quatro rodas com um carro por exemplo. E estas são as pessoas mais normais da face da terra. Realmente meus queridos este mundo é insano. Quando dizem que de perto ninguém é normal, não estão dizendo que somos anormais, mas que somos míopes. Porque afinal miope não enxerga de longe e quando enxerga de perto costuma aproximar tanto os olhos que acaba nao enxergando merda nenhuma ai diz-se que é loucura. A maior verdade é que para míopes ou não a loucura é algo muito relativo, como gosto, beleza e por aí vai. Assim como existem duas denominações para o significado da palavra propriamente dito, aí vão elas: Perturbação mental- doença; disparate; extravagância, é o que cometemos todos os dias, gastando mais do que o orçamento prevê, alimentando paranóias, medos, incertezas, obssessões, manias, compulsões, toques, ou toc como quiserem, e têm mais: alienação mental; Insensatez; imprudência; doidice, acto irreflectido. Estou pasma, cometemos isto todos os dias! E se ousarem dizer que não, é só vermos nos jornais, lá estão mais do que em evidência todas essas características de um louco, ou de um humano. Concluo com a seguinte dúvida, se o sanatório que é este mundo ficar superpopuloso para onde vão ir todos os loucos? As empresas farmacêuticas vão desbravar os planetas e criar um parque de diversões para nós? Onde ficarão as crianças? Até onde eu sei crianças não são loucas porque são os únicos seres que não cometem loucuras diariamente, até onde eu sei é claro. Bem nossa situação está complicada. Juntemo-nos em uma seção de achados e perdidos ou num sanatório de vista para o mar, estaremos ainda, loucos!