Wednesday, January 05, 2011


Em frente ao computador, com a temperatura metálica do ar condicionando no ambiente, letras se misturam com o brilho da tela e convergem para a íris em impulsos repentinos. Imagens se formam diante dos olhos e desaparecem em instantes assim como o entreabir das pálpebras. Parece que estou dormindo dentro de uma concha de metal a prova de sons. Talvez esta sensação seja resultado da noite anterior. Um sentimento obscuro tomando conta dos orificios da pele, adentrando a corrente sanguínea e sendo trasportado ligeiramente aos neurotransmissores desordenando tudo como a chuva que invade uma casa em dia de temporal. Raios se projetam na memória, flashes que a imaginação se permite expor, para testar se é de fato capaz de projetar imagens no pensamento. Estou sentado em um divã de sonhos, com a porta entreaberta, resgatando fragmentos do dia anterior. Sentimentos se recriam em um passe de mágica, estou prestes a mergulhar no abismo do insconciente. Aqui, paredes brancas e imaculadas estão nuas, esperam para ser pintadas. Um jorro de tinta colorida mancha a superficie, um raio de luz que a incide cria um caleidoscópio tridimensional. Nele, estão contidas todas as angustias, as tristezas, os medos e desilusões que o dia a dia pediu para guardar em uma caixa. E ali, se misturam, a medida que suas faces se movimentam, diluindo tudo em uma coisa só. Os membros do corpo estão amortecidos, uma droga chamada rotina estipulou que os ponteiros do relógio devem girar em sentido horário e não há pausa para o descanso.

TO BE CONTINUED...