Sunday, December 13, 2009


Ainda preciso descobrir qual é a urgência que tanto me aflinge...
O passar apressado dos dias correndo através dos números do calendário imperceptíveis marca no velocímetro das sensações um dígito incoerente.
Estou como um monte de pedras soltas no chão, ainda não consegui decifrar porque invariávelmente me sinto tão fragmentada. Há muita expectativa envolta em sonho em ideais que muitas vezes são meros desenhos abstratos... E há mais que isso a vontade de ter uma mão envolvendo o coração. Um calor que cuide, que esteja presente quando todas as tentativas falhas e frustradas do cotidiano tivessem um porto onde aportar sua carga. Há certos sentimentos que permanecem calados, mesmo enquanto a vontade é de gritar despejando-os ao mundo com um eco forte. Essa tal de felicidade que me invade em algumas manhãs e se esconde atrás das árvores verdes com folhas quentes do prenunciado verão. Os carros passando, as pessoas apressadas comprando presentes, alguém se sobressalta em meio a multidão, e desaparece como um sopro de vento instantâneo sem deixar vestígios. As oportunidades vêm na medida que nossas vontades se tornam cada vez mais evidentes, e ao mesmo tempo, quando nem mesmo sabemos como agir diante dos fatos, das situações. Estou só, isolada, no meu mundo, no paralelo de cores intensas que pintei para admirar todos os dias. Quando reflito no espelho vejo uma imagem desconhecida e ao mesmo familiar, vejo diferentes perspectivas como se a imagem que vejo se movesse a medida que viro os olhos diante dela... E me inspiro só de pensar que talvez um amor, um lugar, uma ocasião pode decifrar esta imagem que se insinua a primeira vista. Afago as palavras para que elas se tornem mais doces, mas no fundo gostaria que elas fossem apenas verdadeiras. Esta tal superficialidade que coexiste com o movimento de tudo, é algo que realmente frustra...

Wednesday, November 25, 2009


A PORTA FECHADA


Cerro-me em um planeta.

Que mundo é este? Tão particular mas tão desconhecido.

Que mundo é este que se diz maravilhoso quando tudo que faço é fechar os olhos para não ver o que meus pensamentos querem dizer.


A dor é um misto de sensações inexplicáveis que fazem as lágrimas cairem como gotas d´aguas em uma torneira aberta para a rua. Escorrem por entre os dedos as expectativas que alimentaram meu coração para não mais voltar.

Sinto pesar, sem entender como, se ninguém está morto. Sinto um abismo dentro de mim e ao mesmo tempo enquanto a música penetra em meus ouvidos, sinto a liberdade que ela me traz em cada verso. Sinto como se estivesse em um lugar somente meu, um território palpável de sonhos secretos.


Às vezes acho que a loucura me invade, mas são nesses momentos que mais me sinto eu. Eu não quero nada eterno, só estou em busca de satisfação.

O fato de ter alguém me notando o tempo todo me perturba e ao mesmo tempo condiciona a querer mais do que posso obter. Posso simplesmente gostar que me amem sem nem mesmo amar ninguém, e posso acordar pela manhã anestesiada e sentir as árvores me abraçando, falar com elas, cantar a rima das folhas sem precisar que elas me encarem nos olhos.

Na verdade às vezes não sei se estou a interpretar o personagem de mim mesma, se estes insights são fruto da minha imaginação ou se tão somente eu pinto um quadro com as cores que quero enxergar.


Esta relação que estabeleci é um paradoxo. Enquanto um lado voa, o outro se amarra ao chão buscando o silêncio para calar a voz que esbraveja dentro de si.

No escuro, transformo essa sensações em recortes de um dia numérico do calendário. Não quero mais ser uma só para ter de acordar todas as manhãs carregando as mesmas lembranças.


Quando a outra apareceu já era tarde. As unhas pintadas de vermelho escreviam rapidamente no papel letras em forma redonda arroxadas na folha que deixa de ser branca rapidamente.

Esta mesma que voa para longe enquanto anda rapidamente no passo habitual, quer voltar para a terra onde os cheiros se pronunciam nas calçadas e as construções estão mais perto do céu. Onde o sorvete têm sabor genuíno de chocolate e os ladrilhos do chão são varridos pelas folhas laranja douradas com o movimento do vento.


Escrevo para alguém que está longe esperando que eu chegue, ansiosamente, como nos filmes dramáticos que esqueceram de editar um final feliz. Talvez eu não mande mais notícias para ninguém, fique apenas vislumbrando um resquício de lembrança boa para embarcar dentro dela e decolar em seus vôos.


Prefiro o mar revolto da personalidade refletida em um caleidoscópio do que a metade que completa outra... Entendo o ditado em que muitos acreditam que no amor as pessoas se completam. Mas não é nada disso, elas apenas deixam de ser inteiros. São seres que se invadem a medida que se ultrapassam as barreiras da intimidade sem pretensão alguma, e quando se dão por conta estão envoltos em nós de si mesmo que se tratam apenas de metades, recortes e fragmentos da própria personalidade que se moldam a partir daquilo que o pudor os fez esconder para não se perceberem frente à frente tão assustadoramente múltiplos.


Com o tempo alguns abandonam suas outras partes e passam a viver apenas uma face, a que é compatível com a metade do outro, um efeito de tolerância que muitas vezes não se traduz em amor, enquanto o outro insiste em se esconder em outrém e assim sucessivamente. Esta insustentável leveza que alguém já dizia é o peso que alguns têm de carregar, mas um peso que estimula a musculatura, enrijece-a, tornando-a não menos sensível mas porém mais resistente.

Se um coração sonha, isto não impede que o outro não sonhe também...

Egoísmo, pretensão querer ser dona de um coração e prendê-lo dentro de si, como fazem com os passáros nas gaiolas.


Agora percebo porque tanto pesar...É difícil aceitar que ser o movimento muitas vezes significa estar só. O ar, o vento, as nuvens, todas estas coisas que se movem acima de nossas cabeças vivem sozinhas apesar de pertencerem a um mesmo universo. Diria até que a lua tem um amor mal resolvido com o sol enquanto as estrelas padecem por serem astros menores e viverem em constelações. Te deixo, te abandono e te liberto para ser quem quiseres que seja pois continuarás humano e para mim de qualquer forma cheio de defeitos. Vou fechar a cortina dos olhos e ter os sonhos da moça de unhas feitas espderando o amor chegar pelo trem que passa no litoral frio e rochoso rapidamente, não deixando pistas, apenas tendo como testemunha de sua passagem a imensidão do mar a bater cadencialmente nas grandes rochas geladas.

Tuesday, October 27, 2009

Pedaços de um mundo inteiro guardados em uma caixinha.
Retratos registram lugares, espasmos de tempo, momentos guardados em um flash instantâneo.
Pudera eu enxergar entre o vão do tempo e fim de tentar sentir as doses de euforia que ficaram para trás.
O corpo esta congelado sobre a areia, parado esperando que a onda venha arremessar-se por cima e tirá-lo desconfortavelmente da solidão, tocando o chão, gelando as artérias, tudo treme.
Prende-se à tela que liga à outra realidade, há se fosse possivel utilizar este canal invisível para viajar atráves dos espaços deixando o corpo navegando no vazio, submerso no mundo das palavras em busca do intangível...
Um conta gotas de sorrisos cerrados, um impulso insconstante que pensa-se ser reprimido, calado invade os orificios mais recônditos de um coração fazendo das batidas um toque acelerado...
Apenas se quer contentamento, apenas se busca diversão
apenas se idealiza aquilo que parece perfeito, ou que está em outra dimensão...

Tuesday, August 18, 2009




Tem palavras que ficam recônditas nos cadernos... Tem outras que sopram no pensamento e fogem pelo ar, e têm aquelas que imploram vêemente por serem derramadas em qualquer superfície pois sufocam e agonizam, dilaceram o intervalo de tempo que estão sendo expressadas com doses agudas de sentimentos diversos. Estou sentada em uma plataforma distante, posso ver o céu encoberto de um manto vermelho e algumas nuvens escuras contrabalanceando a paisagem rubra. Ouço vozes e movimentos da rua, vejo as folhas e galhos das arvores formarem um desenho abstrato emoldurado pelo céu, a fumaça se dissolve no ar úmido e denso, o cachorro late e as luzes dos faróis refletem na parede mais parecendo vultos cincronizados em flashs rápidos... Penso nos meus amigos, penso na minha família, no futuro que parece um vão curto entre o presente em que a qualquer momento se pode cair, sem mais poder subir novamente à superfície. Antes da queda, imagino um lugar onde não precisa contar os minutos, horas, segundos e dias, ou nem mesmo olhar no calendário. Tudo é pressa e nada acalma. Ansiedade é como um ácido que corroe lentamente as vontades, o prazer, até o entretenimento se torna vão, e é compensado por mecanismos técnicos que fazem da rotina uma máquina inquebrantável de repetições em larga escala. Não há aquele sabor intenso de lágrima misturado ao calor de uma boca, nem mesmo há aquela sensação de nostalgia que é própria dos apaixonados. Há um esgotamento da memória, um desejo imenso de apagar algumas lembranças e matar algumas pessoas, para sim enterrá-las no passado sem coroas de flores, murchas! Gosto das diversas interpretações que podemos tirar das manifestações da natureza, do belo e da formação congênita das cidades mal organizadas, quero ir além em alta velocidade e não olhar para trás, simplesmente.

Sunday, July 26, 2009


As paisagens que sugerem os filmes são a arte que o cineasta revela em um recorte fantástico da realidade, assim como o jornalista, que faz malabarismos com as palavras e reinventa formas de expressar e dizer, quase a mesma coisa de diferentes formas.

O sol se escondendo no horizonte gelado, as casas encobrindo a monhava verde longinqua e aparentemente calma, os carros movendo-se em circulos no centro minusculo desta cidade de interior, e o que dizer das pessoas, esses fragmentos multicoloridos que vão e vem pelas ruas e esgueiram-se umas das outras em uma caminha frenética para todos os lugares possíveis e imaginários.

Barulhos mil fundem-se ao canto do pássaros e o lamúrio da natureza, há um quê de funesto nesta escuridão insípida que é o asfalto, mas ao contrapô-lo com as arvores, as pequenas flores que surgem em meio a vegetação urbana e os canteiros cuja ornamentação fora esquecida com a chegada do inverno, compõe um cenário otimista de um belo final de tarde neste domingo, gelado.

As temperaturas cada vez mais baixas apetecem os mais variados sabores ao paladar, o doce torna-se ainda mais doce, o salgado se faz o alimento mais calórico que se possa obter, até mesmo os liquidos tem outro sabor, muitas vezes estão ou muito gelados, ou por demais aquecidos, acho que esta é a estação da extremidade. Estamos dentro de nossas casas aquecidos por mantos de conforto e luzes não param de acender-se, misturam-se as chamas das lareiras a tilintar gravetos de madeira dentro de si e como um vulcão sucumbir o frio dos ambientes e esquentá-los enrubescendo nossas buchechas... ao tempo que lá fora, a temperatura é tão baixa que até mesmo os bichos relutam em aparecer, onde estão as ratazanas do submundo sujo e imundo das grandes cidades?

Faltam 60 dias para o fim desta estação, o espírito do inverno se esvai ao tempo que o sol reina no céu desfazendo a geada que encobre o campo nas primeiras horas da manhã.
Há ansiedade, precipitação compasso de euforia, melodia intrépida, superfície frágil e rocha porosa e um penhasco ruidoso que durante a noite ecoa murmúrios de vozes que se confundem com outros barulhos, o trem passa busina e segue pelos trilhos levando consigo mantimentos para algum lugar não tão longe daqui...

A casa treme sempre que o trem passa, pressinto que ele passa depressa pois é quase que inperceptível sua aparição...

A lua invisível no céu azul aos poucos se cristaliza na noite escura, é uma virgula em meio ao infinito de interrogações que simboliza o grande céu, o manto de pontos luminosos que paira sobre nós como uma colcha de retalhos retirada do fundo do baú, propricia e muito adequada para esta estação..

Brindo ao acaso, aos amigos, ao belo dia que se consagrará em amanhã... as folhas caídas nas ruas que varrem lentamente a poeira do chão, as crianças que sorriem e são cores ainda mais intensas no trânsito da vida e a família que faz com que eu me sinta sempre dentro de um berço ouvindo canções de ninar...

Friday, July 17, 2009


Alguém me disse que sempre teve uma pessoa para me dizer o que fazer...Agora me encontro nua em uma encruzilhada de indecisões, a transparência da realidade dói nos olhos...È difícil ter consciência de que a responsabilidade começa a cair por cima dos ombros e que só depende de mim mudar a situação.Não posso mais pedir para ninguém me segurar enquanto eu caminho na corda bamba, adianto o tempo na indecisão...Confiando na ilusão de que uma noite resolverá todos os problemas e que quando o sol brilhar novamente eu estarei nova...
A renovação não vai partir da escuridão sem que eu acenda a luz...As vezes penso que sou a única pessoa no mundo a sentir tal desconforto...Já profetizava Nietzsche da inconformidade do ser humano em ser simplesmente humano com todos os labirintos que nos fazem perdermos dentro de nós mesmos...Uma vida sem problemas é uma vida inútil, pois há de se aprender com eles...Preciso encontrar uma válvula de escape que me faça produzir uma mudança no que eu sou para aquilo que pretendo ser...Nem tudo pode ser efêmero, nem tudo pode ser duradouro...
Agora me sinto sozinha, como se pudesse contar somente comigo mesma...E é assim que terá que ser..Talvez em um momento da vida eu agradeça por estar passando por isso..Não é o final do mundo, pode até ser o recomeço do meu universo...Eu não me conheço...Eu ando nas ruas a procura de uma felicidade que está fora do meu alcance...E sempre foi assim...Ao colocar as palavras em ordem, a medida que os pensamentos coordenam essas linhas posso sentir um pingo de otimismo brotando de dentro do coração...
Perder um amor é como perder uma parte de si, espero descobrir que nosso corpo é regenerável, e que a fumaça que sai das cinzas queimadas dentro de mim se dissipe lentamente para bem longe, e se dissolva no ar...Sempre sonhei em voar, talvez num futuro próximo terei essa oportunidade, adentrarei um mar nunca antes navegado, conhecerei seres nunca antes vistoa, espécies exóticas que jamais sonhei encontrar...
Estou tentando lembrar se tenho algum segredo...Se guardo dentro de mim alguma fórmula genuinamente minha além de meu DNA...Talvez eu esteja a inventando a cada dia, ou a destruindo aos poucos...Já pensei em acabar com isso milhares de vezes, mas seria covardia deixar tudo isso pra trás...Não sei o que pode vir, seria uma jogada muito arriscada simplesmente sumir, sem saber até onde vai o ponto final...
Não quero morrer, apenas sobreviver aos dias...Estar ciente de que as escolhas sim, essas tem um peso talvez mortal sobre nossa existência...Na verdade não gostaria de ser ninguém a não ser eu mesma, nesta insanidade ou excesso de consciência eu esteja descobrindo que não sou só uma...Que posso recorrer a outras dentro de mim, e pedir ajuda a elas para que me libertem...Ou que apenas me façam companhia na hora de embarcar para uma nova direção...Talvez descobrir que agora já não dou mais atenção para o que os outros vêem de mim...
Existem dois pólos do meu ser, aquele que busca insanamente uma libertação momentânea através de impulsos muitas vezes impensados para obter satisfação e prazer... E outra que pretende desbravar o mundo através de algum talento inato que ainda não sei explicar.... Talvez agora eu comece a descobrir a minha missão neste lugar... Todos a temos, se não temos é porque não fomos suficientemente inteligentes para descobri-La ... Então como nunca eu perceba que agora, tanto faz se eu morrer na praia ou naufragar, para os outros tanto faz, agora depende de um compromisso comigo mesma...
Meus pais já não acobertam mais minhas carências e frustrações, meu mundo se tornou maior do que caberia a eles suportar com os dois braços como se estivessem me mantendo no colo o tempo todo...Eu quero sair a noite sozinha, e estar disposta a me deparar comigo mesma no espelho de um bar qualquer e dizer, vamos embora estou cansada de ficar aqui...Não quero mais seguir desenfreada e irracionalmente..Instintivamente..Já está comprovado que minha satisfação é mera questão de segundos...Como uma criança que enjoa do brinquedo, ele não se trata mais de passatempo quando tenho com livre acesso ao alcance das mãos.. Torna-se algo corriqueiro e banal..Essa intervenção que eu tenho constantemente com o desespero como se estivesse em um parque de diversões e subisse e descesse a montanha russa dos dias rapidamente é algo que não dura tanto tempo assim, pois o parque fecha....
As ilusões não se cristalizam...O que esta a minha volta me influencia poderosamente...E passo a sentir outras sensações novamente...Não quero mais pensar em um futuro que não dependa só de mim mesma.. Agora é a hora de construir bases e pontes sólidas para que em algum momento eu possa me apoiar quando me deparar com esta situação de desolamento novamente..Quando todos se forem, as luzes estiverem apagadas, as maquinas não estiverem em funcionamento, e meus monstros começarem a me assombrar, terei que lutar contra ele sozinha e se preciso acender as luzes também...O primeiro monstro que tenho de derrotar esta muito próximo...Esta será a segunda tentativa e espero não falhar, nossos cavalos de batalha se fortalecem a medida que caímos de cima deles...
Se existem armas neste mundo é para suprimir um problema imutável...A inocência dos homens em acreditar que a força física pode derrotar os inimigos fez com que elas fossem criadas... Porém inevitavelmente as armas materiais voltam-se contra seus próprios criadores, aqueles que portam elas em suas mãos e acabam sendo vitimas de si próprios...Armas assim são uma constatação da estupidez e burrice humana...Porque o que realmente tem o poder de ferir e banir um inimigo eternamente é a força que não podemos enxergar...Talvez eu tenha fé,.. Só por hoje.. Ou para todo sempre...Espero de coração que sim...

Thursday, July 09, 2009


Fora uma cortina que se abriu no céu cinza de uma tarde chuvosa, que cintilava um horizonte quando os raios se manifestavam... Muitos olhos a espreita de uma fresta para vislumbrar um paraíso de sonhos impossíveis.


Cai a noite e a cortina se fecha, antecipadamente acenden-se as luzes e os postes da rua, iluminando as placas que indicam para onde seguir. Há um ser humano só, abrigado em baixo de um guarda chuvas preto, anda pelas calçadas molhadas sem cruzar com uma alma viva.


A fumaça das casas invade a rua e impregna suas roupas já molhadas. Nenhum abrigo agradável se apresenta, está prestes a desistir de caminhar quando revira o bolso do casaco e encontra um cartão inesperadamente. Provavelmente havia o esquecido ali. Rodeia a cabeça para todas as direçoes a procura de um telefone e de repente avista uma porta com uma plaquinha inscrita "ABERTO". Segue em direção a luz que indica que alguém divide com ele a solidão daquela noite. Para sua surpresa logo que se depara com a porta de vidro, percebe uma profusão de movimentos lá dentro. Sem titubear avança. Uma escada leva a um andar subterrâneo, desta vez é a fumaça dos cigarros e o balanço da música que invadem suas roupas e sua alma. Mulheres vão e vem de todos os lados, são muitas estão em todos os lugares, seus olhos estão em chamas. Alguém se aproxima e pergunta você está servido? O que um homem naquelas circunstâncias poderia responder se não um negativo redundante inundado de esperança, depois de ter atravessado a cidade inebriado em pensamentos torpes e sombrios, desempregado, abandonado como um cão e com pouco dinheiro para gastar, aquela pergunta possuia uma sonoridade majestosa, poderia ser sua salvação. A mulher está olhando séria para ele, com uma postura um tanto apressada anseia pela resposta, ele então mexe o maxilar para entoar um não quando de repente, acorda.


Alguém se perdia e outro se encontrava no momento em que começei a escrever este conto e este outro obviamente o sujeito em questão, acordava de um sonho confuso em uma manhã de quinta feira veranil, com o sol brilhando do lado de fora e a brisa leve movimentando as cortinas alvas enquanto os pássaros cantam, os carros da rua entoam o hino do tráfego, e o despertador toca: É hora de levantar!

Friday, June 26, 2009


//I'm so tiredThe BeatlesI'm so tired, I haven't slept a winkI'm so tired, my mind is on the blinkI wonder should I get up and fix myself a drinkNo,no,no.I'm so tired I don't know what to doI'm so tired my mind is set on youI wonder should I call you but I know what you would doYou'd say I'm putting you onBut it's no joke, it's doing me harmYou know I can't sleep, I can't stop my brainYou know it's three weeks, I'm going insaneYou know I'd give you everything I've gotfor a little peace of mindI'm so tired, I'm feeling so upsetAlthough I'm so tired I'll have another cigaretteAnd curse Sir Walter RaleighHe was such a stupid git.You'd say I'm putting you onBut it's no joke, it's doing me harmYou know I can't sleep, I can't stop my brainYou know it's three weeks, I'm going insaneYou know I'd give you everything I've gotfor a little peace of mindI'd give you everything I've got for a little peace of mindI'd give you everything I've got for a little peace of mind(mumbling)//

E se eu me perder quem irá me encontrar, e se as ruas se tornarem longas demais e não houver mais um ponto finito, estarei longe, distante em qualquer lugar onde ninguém possa tocar...

Vôo baixo, o som está pesando a esta hora da tarde, nem mesmo entendo, porque, há tanta confusão. O ar está salgado, não como a brisa da praia, mas com um gosto estranho, de moléstia e estranheza, há dor que não punge tanto, é algo como uma cicatriz inchada prestes a criar uma casca purulenta na pele e se despedir da fenda vermelha de sangue que abriga...

Tece cores inflamadas em uma órbita em transe. Esta hora seria perfeita para mergulhar em uma água morna. Sentir os cabelos se tranformarem em uma seda límpida que vai cruzando a água e bate nas costas enquanto as bolhas saltam para fora do nariz apressadamente.

Eu sinto mesmo uma falta de ar, um peso dentro do corpo, os pulmões e as veias semi dilatados... A pressa para que a noite chegue, e nos abrigue em qualquer porão de ilusão. Estrelas cintilantes, douram meu parecer de não sei, simplesmente, explicar o quê. Ouço vozes ocupando o cômodo ao lado e elas falam sem parar, porém sem tom de pressa sem pretender passar o tempo sem querer fugir...

Aqui elas correm pelos becos das entrelinhas e procuram abrigar-se em qualquer lugar que não seja um refúgio sombrio para os pensamentos que transitam agora... Indiscriminados... Confluem com a leveza paradoxal do ar, e com o abafamento da sala... Com o barulho do cabo desta máquina ligada na tomada, refletindo na caneca suja do canto da mesa, nos papéis jogados displicentemente por cima de tudo...

Se houvesse vento, dissiparia pra longe, as folhas imóveis ganhariam asas como um avião de papel...

Mentiras sinceras , me interessam!

Friday, June 19, 2009


Há um misto de pesar e ódio nessas pequenas frases de lamentação. Há uma estranha incerteza, que foge do controle e instiga a culpa que consome alguns nervos que afloram na pele.

Às vezes um insustentável peso, noutras, uma leveza indescritível, trépida. Quando percebo, tal qual uma nuvem tu já vais e partiu, inteiramente longínquo como terras ásperas e culmes delgados te consolas, te prostras e te econtra.

Enquanto a pena, cai, por entre o ar quente e úmido lentamente, poroso, insuficiente...

Essa sensação de leveza é insuficiente, é algo que se consome como gravetos no fogo e se dissipa como raios de luz nas primeiras horas da manhã. Não há mais música para tamborilar nos ouvidos porque toda dança se fez silenciada e todo movimento se congelou, pois aquela velha história acontece novamente, creiamos que mesmo, aquele frio seco, amargó é o mesmo que aquece...

Não componho mais palavras bonitas para ilustrar teu backbround, nem facilito conversas que não se têm mais de onde palavras tirar...

Saturday, June 13, 2009


Estava assistindo a um filme interessante, estrelado por Morgan Freeman e mais alguns atores dos quais não me recordo o nome e uma frase me fez refletir: " As coisas terminam da maneira que começam."

O filme trata das relações humas, do nosso comportamento e consequentemente do AMOR. Incontáveis vezes este foi o enfoque central das minhas postagens que muitas vezes destilavam lágrimas tristes, ou palavras inundadas em fel.

Pois bem, tendo como cenário uma paisagem encantadora de Portland, no estado de Óregon nos Estados Unidos, a cidade é considerada uma das mais ecológicas do mundo. Folhas ao chão, abundante uso de cores e elementos da natureza permeiam a narrativa que por vezes seca e áspera encobriu o horizonte azul.

Estrelas cadentes no céu são utilizadas em duas cenas, me chamaram a atenção. Por a história tratar do relacionamento entre as pessoas, desse ir e vir que é a nossa vida enquanto habitantes desta terra que muitas vezes nos soa como um território extremamente desconhecido...as estrelas cadentes seriam uma nova pessoa, alguém especial que surge na nossa vida, pra tornar os dias embalsamados de amor. Eis a explicação pela qual a frase que citei a cima mereceu devida atenção. Pois bem, tenho algumas poucas histórias pra contar nessa vida, na minha ótica elas potencializam uma energia muito intensa que foi o que motivou realmente os fatos acontecerem... Essa ótica muito minha e também diferente da de cada um, me proporcionou momentos felizes e momentos tristes, porém verdadeiros, extremamente verdadeiros...E para mim a verdade, é um escancaro dessa realidade, que a gente toca com os dedos e sente com o coração. Se sonhassemos mais com a alma ao invés de sonharmos com a lógica, construiríamos lugares mais aconchegantes para acalentar nossos anseios. E talvez poderiamos vivenciar experiências mais reais daquelas que jamais desejamos, esperamos e lutamos para que deveras acontecessem. Para mim, é isso, se foi amor meu bem, eu não tenho dúvidas... Lembro da letra de uma música nesse exato instante, é sempre amor mesmo que acabe, é sempre amor mesmo que mude, é sempre amor mesmo que alguém esqueça o que passou... Certamente alguém também jamais esquece pois quem vive tem memória suficiente para projetar na lembrança um sentimento que pulsa no momento em que recordamos!!!!!

Coincidentemente no filme é utilizado muito o flash back, e cá estou, eu voltando no tempo nos eventos, no imaginário e na emoção, pra descrever em palavras um envolvimento momentâneo que instigou meu raciocínio, talvez milimétricamente pensado pelo diretor do filme, talvez não. Independente disso, não existe resposta sem estímulo, mas para isso precisamos estar sensíveis o bastante para compreender certas coisas...

Hello people, liguem suas antenas!!!

Wednesday, May 20, 2009


Estou prestes a completar 22 anos. O clima que envolve a data pode ser descrito como a corrida das pessoas às compras que antecedem o Natal. Me sinto constantemente em movimento e a uma sensação de pressa no ar. Pressa para produzir algumas coisas que me são imprescindíveis como a apresentação do meu artigo para o INTERCOM que acontece na próxima semana, pressa para modificar algumas coisas que sei que estão erradas e uma vontade de romper com algo que está há dias dentro de mim. Essa sensação faz com que muitas vezes as tardes se tornem entediantes, a falta de assunto ou de uma companhia também encomoda e sinto que agora preciso mesmo colocar o carro na estrada e dirigir minha vida. Muitas imagens, sons, cheiros e gostos passam pela cabeça num espasmo de tempo curto, há curiosidade, há medo, há discordância e há também falta de atenção. Esta semana começou muito bem, pude apreciar uma segunda feira boa, sentir as coisas fluírem, mas esta tarde de quarta feira esta claustrofóbica. Amanhã quando acordar será como se um ano tivesse se passado como um borrão e um novo começa. São 22 anos de existência que posso emoldurar num quadro e pendurar na parede do meu quarto, nele estão aquarelados meus melhores e piores dias, sentimentos que vêm embutidos à eles e fatos vivências que me remetem à mil lembranças. Mais do que nunca reafirmo o valor que a família possui na minha vida e vejo que sem ela não existiria sentido para este carro chefe continuar rodando pelas ruas. Muitas coisas tenho pra fazer, o foco que antes estava turvo agora começa a tomar formas mas ainda é cedo para obter algo paupável. Preciso apenas sintonizar-me às coisas que estão acontecendo a minha volta em uma frequência rápida. Quero ter paz para realizar todas as tarefas que necesssito até o fim deste ano, onde claramente começará mais uma etapa desta fase que por enquanto não tem data prevista para acabar, só posso perceber que começa agora uma batalha árdua onde terei de vencer a cada dia novos obstáculos como se estivesse competindo em um circuíto de olimpíada. Antes de hoje os dias estavam frios, era necessário se agasalhar mais e agora estou com os ombros de fora, o calor do sol encomoda um pouco porque me sinto bem ansiosa e um pouco angustiada. Talvez estas sensações sejam um presságio de que sim, estou à espera de algo. Quando estava a caminho do trabalho de dentro do ônibus fiquei observando as reações do meu corpo quando vinha uma lembrança à cabeça, antes quando eu estava presa a um sentimento que me encomodava era como se um sucessão de calafrios ocorresse dentro de mim. Agora esses calafrios se amenizaram, posso ter lembranças sem sentir o estômago se comprimindo... Só o que quero é conseguir alcanlçar meus objetivos que mais parecem vontades esculpidas com argila, mas que ainda não estão secas, é preciso lapidá-las, dispensar tempo, deixar a distração de lado talvez ouvir uma boa música e é isso que vou fazer agora. Até.

Sunday, May 10, 2009


Na estrada novamente, depois de uma noite mal dormida observo o sol se por nivelando com o céu um traço avermelhado intenso... linhas que se fundem no horizonte e me fazem pensar em como é bom estar vivo. Em sentir o movimento das coisas mesmo estando parado, estático. E poder sonhar absolutamente o que quiser sem receios. Andei pensando e percebi que estou vivendo livre agora, apesar de as vezes sentir que a saudade toma conta de mim, me sinto como uma brisa fresca, leve no entardecer depois de um dia, bem dormido. Me relaciono com as pessoas gosto de tê-las por perto, gosto de possuir o abrigo que as companhias nos proporcionam da escuridão, mesmo que estas não sejam por inteiro algo seguro, elas estão ali. Alias as pessoas estão aqui, estão cada um na sua elaborando o cronograma diário de amanhã, fazendo seus planos e viajando pra qualquer lugar. As pessoas do mundo inteiro estão fazendo algo neste momento, isso caracteriza o ritmo de um domingo aparentemente estático. Quero acreditar que as pessoas são boas, e que não dissimulam seus sentimentos, quero acreditar que são bem vindas em qualquer ciscustância pois do contrário seriamos apenas um pra viver sozinho neste mundão. No abrigo da tarde que cai, enxerga-se as coisas claras, a sensação de felicidade de liberdade e conforto invade os cômodos habitados por mim neste corpo e fico contabilizando como será daqui pra frente. A maior verdade é que agora sinto-me eu mesma, independente de ninguém, livre para transitar para onde bem entender... Mesmo que as pessoas estejam perto, tenho comigo a minha só e tão valiosa companhia, ando sozinha porque assim me sinto melhor, e quando os dias frios chegarem, a insonia e a saudade bater, lembrarei dos bons momentos... ou providenciarei um cobertor =D

Monday, May 04, 2009


Uma vontade imprescindível de narrar este sonho me fez chegar cedo por aqui hoje. Seria inenarrável daqui algumas horas se não me desse conta de que o esta noite tive uma experiência muito agradável enquanto estava dormindo. A história foi mais ou menos assim: Eu estava em um carro junto com uma amiga e um amigo, esta amiga me remete a mil histórias de adolescente e a um senso infantil sonhador também, outro dia estavamos eu e ela voltando de carro de uma janta em uma cidade vizinha e ficamos olhando pra fora admirando o céu e falando sobre as nuvens, era noite a lua se escondia e voltava a aparecer a medida que o carro ia vencendo as curvas, era engraçado porque andar na carona as vezes nos faz ter a idéia de que o automóvel anda sozinho, como um filme, ele vai para onde nós nem sabemos onde pois nos compenetramos em admirar esse movimento rápido que os meios de transporte nos fornecem quando estamos nos deslocando de um lugar para outro. Pois bem, a isto creio que o sonho da noite passada venha a remeter. Estávamos igualmente dentro de um carro só que era dia, havia sol, cores nem tão vibrantes mas diversas, havia aquele movimento habitual da estrada, e nós estavamos dentro do carro com o cinto de segurança, alguém estava filmando não me recordo o que e havia uma espécie de balão em cima acompanhando nosso trajeto, parecido com aquelas luminárias orientais muito utilizadas para decoração. Coincidentemente a cor daquela era rosa, como a que possuo dentro do meu quarto, e o engraçado é que ela estava livre, ao vento e num rápido instante aconteceu que instantâneamente se abriu um teto solar no carro e eu fiquei suspensa no ar enquanto ele andava, segurando aquela bola rosa e aquela pessoa que estava com a câmera filmadora nas mãos registrou o momento. Engraçado que a mesma pessoa me remete a quem estava dirigindo, se ela tinha 4 mãos isso eu não recordo, mas lembro que quando voltei daqueles segundos fora do carro dependurada pelo cinto de segurança pedi pra ver as imagens e achei elas incríveis, com certeza teria trazido para aula de hoje, essa era minha intenção, se realmente não fosse um mero sonho...

Posso estar suspensa no ar se quiser, sem ter asas ou ganchos pra me apoiarem, posso ir e vir leve e tranquilamente sem receios, posso ser e transpirar definitivamente algo que imagino ser eu...Bom dia!!!!

Saturday, April 25, 2009


O amor faz a gente pensar em cometer loucuras, estar ao lado da pessoa que gosta a qualquer custo, seja a mil quilometros de distância o amor continua impaciente nervoso louco para encontrar o seu bem seja como for. É a vida tem dessas coisas, não adianta tentar suprir um vazio com outro maior ainda, ainda assim, continuamos nos sentindo meros coadjuvantes de uma história que deveria ser realmente vivia, pois a cada instante que longe, nos focamos em um pensamento em uma lembrança que nos remete aquela pessoa, essse minuto se torna eterno e insubstituível. Sinto como um pedaço de mim estivesse adormecido no inverno, abaixo da neve congelado por entre as folhas densas de uma manhã fria. No lago a água petrificada reflete nos meus olhos o mais intenso desejo de ter por perto aquele alguém que me completa, que faz com que meus pulmões respirem de verdade e acalma minha inconstância com doses homeopáticas de paciência. Por favor tenha a bondade de se pronunciar e voltar pra mim porque nem todo sofrimento compensa a falta, do calor e alívio que você traz quando a noite está escura ou o dia se mostra ensolarado e cheio de luz para dar.

Talvez seus olhos estejam focados em outro alguém, em um simples belo corpo que transita por entre a noite vazia, porém esta incerteza esta insuficiência insubstituível é impalpável, intocável, indigerível imorta. Sei que o que vês pode atrair os mais profundos sentidos, desejos, fetiches e loucuras, mas como raio risca o céu em noite de temporal isto passa feito fogo que se faz cinza e se transforma em solidão e delírio novamente.

Queria estar o seu lado, ouvir o som da sua respiração ao dormir e acordar sentindo o seu coração batendo perto do meu.

Talvez esta noite seja impossível mas quero pedir ao tempo que dê uma trégua ao sofrimento e renove e traga de volta isto tudo que sonho enquanto estou acordada com os olhos bem abertos.

Amor,boa noite, e até outra hora.

Friday, April 24, 2009


Fico me perguntando quantas coisas perdemos ao longo da vida e imagino que para abrigar todas estas coisas seria necessário um grande setor de achados e perdidos.. do tamanho do infinito. Diversas são as coisas que perdemos, objetos de toda sorte, pessoas, sentimentos, partes de nós, ônibus, carro, hora marcada enfim até mesmo o tempo. Já ouviram falar naquela expressão perda de tempo? Não sei porque mas algo me remete a ela hoje. Muitas vezes ao nos dedicarmos com vigor a determinada coisa, ao alimentarmos sentimento de afeto, apreço e carinho, não nos damos conta que esta coisa pode um dia se perder, separar-se de nós ou simplesmente sumir enquanto caminhamos. Foi assim que meu head phone foi procurar outra morada. Agora vejamos como o verbo perder está indissociávelmente ligado ao verbo achar. Enquanto andava distraída, calada e com os pensamentos longe de qualquer território paupável meu head phone caiu no chão silenciosamente, neste mesmo instante, alguém que ali passava ou estava não sei muito bem o achou, recolheu para si e levou para todo o sempre, pois definitavamente depois de algumas vãs tentativas de encontrá-lo minha busca foi mal sucedida. Enquanto lamentei pela perda, alguém sorriu ao achar um objeto tão útil, que dirigiu uma trilha sonora curta da minha vida e teve papel importantíssimo nas minhas incursões de ônibus por aí. Pois é agora ele emana sons que fico imaginando quais no timpano de alguém. Fico pensando se esse alguém é mulher, homem, novo ou velho, se escuta música boa, que para mim seria tudo menos sertanejo pagode e afins. Sei lá não vou denominar esta pessoa de mau caráter até porque como estou tentando provar, tudo que perdemos automaticamente é achado, se não por nós, por outra pessoa. Assim como no amor. Amor muitos dizem ser um jogo, que alguns aprendem a jogar enquanto os outros ficam na arquibancada assistindo, outros falam que trata-se mesmo de aprendizado de esmero de estudo em relação ao ser amado até chegar ao apsê da admiração, outros dizem que não existe e esses me parecem bem machucados porque quem diz que amor não existe é porque nunca amou ou porque sofre por amor então acredita que ninguém vai amá-lo. Me sinto um pouco burra, bitolada, idiota sofrida por ter perdido meu querido phone de ouvido insubstituível até o momento que eu compre um novo de qualidade superior a ele.

Engraçado como tudo também gira em torno de comprar e substituir algo. Pessoas trabalham a vida inteira dão o suor e o sangue as vezes até a alma para investir toda esta intensa entrega a uma coisa que possui quatro rodas com um carro por exemplo. E estas são as pessoas mais normais da face da terra. Realmente meus queridos este mundo é insano. Quando dizem que de perto ninguém é normal, não estão dizendo que somos anormais, mas que somos míopes. Porque afinal miope não enxerga de longe e quando enxerga de perto costuma aproximar tanto os olhos que acaba nao enxergando merda nenhuma ai diz-se que é loucura. A maior verdade é que para míopes ou não a loucura é algo muito relativo, como gosto, beleza e por aí vai. Assim como existem duas denominações para o significado da palavra propriamente dito, aí vão elas: Perturbação mental- doença; disparate; extravagância, é o que cometemos todos os dias, gastando mais do que o orçamento prevê, alimentando paranóias, medos, incertezas, obssessões, manias, compulsões, toques, ou toc como quiserem, e têm mais: alienação mental; Insensatez; imprudência; doidice, acto irreflectido. Estou pasma, cometemos isto todos os dias! E se ousarem dizer que não, é só vermos nos jornais, lá estão mais do que em evidência todas essas características de um louco, ou de um humano. Concluo com a seguinte dúvida, se o sanatório que é este mundo ficar superpopuloso para onde vão ir todos os loucos? As empresas farmacêuticas vão desbravar os planetas e criar um parque de diversões para nós? Onde ficarão as crianças? Até onde eu sei crianças não são loucas porque são os únicos seres que não cometem loucuras diariamente, até onde eu sei é claro. Bem nossa situação está complicada. Juntemo-nos em uma seção de achados e perdidos ou num sanatório de vista para o mar, estaremos ainda, loucos!

Monday, April 20, 2009


Sinto partes de mim se desintegrando.
Os olhos estão petrificados em uma redôma de fatos que surgem como um flash back.
Assombram, desolam, encomodam até o corpo sentir vontade de expurgar tal sensação.
Chutar ao vento como uma pedra todo o presente instante de sentimentos entrecortados de dúvida.
Interrogação que paira sobre o céu formando uma indagação nas nuvens do tempo.
Há silêncio, conformo-me com o barulho do silêncio. Se ele tivesse cara seria pálido e dissimulado.
Ação da incerteza, que faz de nós escravos de um fairy taile irreal.
Se alguém pudesse rasgar este sentimento em pedaços como papel confidencial que jogamos ao lixo, seria reconfortante.
Sujeira, toda a sujeira impregnada que você me remete não alivia suas palavras doces e lágrimas que a mim não me parecem de tristeza.
Ouça a batida que embala os dias tensos da monótona vila onde um dia serviu de palco pra história de casa de bonecas que queima cada vez que relembro.
Está em chamas, tudo vai se dissipar em alguns meses
As folhas vão cair das arvores, o céu vai escurecer, a solidão vai chegar mas estarei levantando, pra reviver novamente.

Wednesday, April 15, 2009



O instante presente




A caminho da faculdade, o movimento da rua sob a perspectiva de dentro do ônibus é imprevisível. Mesmo que se faça o habitual trajeto todos os dias os personagens que o norteiam nunca são os mesmos. As faces, as roupas, as pernas caminhando em ritmo apressado, as crianças no colo das mães e as pessoas trabalhando formam um círculo interminável de histórias que poderiam preencher milhares de livros. Porém, estas pessoas são diferentes, sob o ponto de vista de um observador que enxerga a estética física e ousa decifrar o que elas costumam fazer, sentir viver..


.Creio que hoje seja um daqueles dias que você sente demais, come demais, e tem vontade de dormir... Que os instintos afloram como se não tivéssemos hora marcada no dentista ou o ponto pra bater e pudéssemos protelar para qualquer momento daqui a pouco tudo que temos que fazer neste exato instante, só pelo prazer de sentir-se livre e de alimentar a nossa indolência com saborosas pitadas de bem estar. Para sentir e fazer o que quiser.


Estas pessoas que vejo enquadradas fora da janela do ônibus, que aparentemente correm atrás de algo que chama-se tempo, estão na verdade sobrevivendo.

O mundo se transforma a cada minuto, segundos são suficientes para serem responsáveis por alterar trajetos, construir pontes invisíveis e mudar destinos. Existe uma fórmula pré concebida de que tudo que falamos e pensamos, e a maneira como agimos reflete naquilo que somos. Se esta fórmula está certa não faço a mínima idéia, porém, costumo perceber que a medida que observo este ir e vir deste mar de gente nas ruas, a medida que os instantes se passam, e o ar entra nas narinas só pra estar ali te dizendo que a vida é agora e que é preciso viver novamente com toda a energia possível, porque se você um dia para pra sonhar com o futuro é capaz do segundo deixar ele simplesmente passar.


Hoje pela manhã na parada de ônibus conversando com uma colega, ouvimos um barulho estrondoso de avião a jato vindo do céu, é estranho como aquilo hipnotiza, algo misterioso, com certeza, inspira aquele momento para imaginarmos o que quisermos e logo em instantes, o ônibus passa arrecadando passageiros. O jato se foi e o instante daquele fragmento do dia passa depressa, mas com certeza é suficientemente vivo para ser lembrado. Então o dia corre como habitual, muitos pensamentos e uma angustia instalada há dias comendo no peito. Correndo solta nas veias, mas é normal, é puro e simplesmente normal, sentir assim, deste jeito, uma hora parece que o mundo vai acabar, na outra já não, e assim os dias podem tornarem-se milhares de pontinhos, uma obra de arte que vale a pena colecionar!


Aquela beleza de paisagem em movimento que se transfigura nas curvas que o ônibus faz, aquela música, aquele sol luminoso fundindo o azul do céu e esquentando a tarde logo vão dar lugar aquele vento frio de inverno, aquela sensação de nariz escorrendo e mãos gélidas, aquela neblina das primeiras horas da manhã, e isto que recordamos aqui nestas breves linhas, se congela pra ser aberto e lido a qualquer hora seja neste inverno ou no próximo verão. Mas é preciso, sempre, viver, correr, andar angustiado, amar, enlouquecer, sorrir e ouvir aquela música no banco do ônibus pra descobrir nem que seja por alguns instantes que a música não para de tocar nos ouvidos enquanto o mundo estiver girando e as coisas acontecendo aqui, bem na nossa frente!!!

Friday, April 10, 2009


Sonhei estar voando, voltei para o passado e revi velhas fotografias, chorei por amor, sorri, fumei, traguei violentamente o cigarro, me martirizei, sofri, fiz greve de fome, me descabelei, dormi, acordei, o tempo passou, esperei, senti, falei, ouvi... E agora é noite novamente, o céu cai sobre a minha cama e eu sinto um conforto dentro dos braços. Ele está me aconchegando juntamente com as cobertas que saem do armário e vem me acalentar porque a noite, esfria. Chocolate no criado mudo, luzes acesas, palavras que fluem como uma pena e são digitadas rápidamente. Hoje, eu tenho motivos pra me sentir feliz. Só por hoje, eu quero ser o que eu mais gosto, e mostrar o meu lado mais puro e belo, pra te roubar pra mim. Solamente hoje, não vou chorar pela perda, porque a incerteza ainda que angustiante faz bater o coração, e se amor existe é chama que queima e uni o corpo que a razão não consegue separar.

Sunday, March 22, 2009



O trabalho, o movimento incessante que nos torna servos da nossa própria escolha e também da nossa obediência me faz crer que cumprimos um dever cada dia que se põe. Uma semana algumas horas ou a vida inteira num movimento robotizado por mãos que guiam, digitam, desenham, preenchem, constroem e também pousam em descanso. Sinto meu corpo amortecido depois das horas em pé, e ainda assim uma excitação sombria para que o dia comece novamente. O coração palpita mas se torna cada vez mais brando, quando seus movimentos já nem mesmo obedecem a voz de comando. Ouço sinos em meio a escuridão e na praça há gente gritando procurando uma saída pra tanta coisa. Saída que também é a porta de entrada para um outro mundo. Estou diante das cartas que me imaginei recebendo, e apenas relembro do que eu enviei, são tantos dias tantas noites que correm por mim, que sinto que me perdi em meio a esse turbilhão de coisas, como uma nuvem que encobre o sol em dias claros, e impede de que os raios se dissipem e iluminem o dia... Tornando-o por horas escuro. Sinto o toque de uma gota, se dissipando no rosto e se acomodando nos poros como a água que pode lavar a alma se de fato ela estiver suja. Temo em dizer tudo que sinto e temo sentir tudo que penso, há sincronia entre estes dizeres que apesar de densos e insólitos são doces, e pedem um pouco mais de paixão. Pelo momento, pelo fato do simples estar, viver, ter ou possuir, encontrar, existir. Não existe partida sem antes chegar assim como não existe a distância se não soubermos somar a proximidade, gostaria de ouvir a voz dos anjos para fazer dessa noite uma canção de ninar mas logo me viro ao som que vem da rua e sinto que é na terra sim, que hei de ficar, na terra de sonhos reais que cogitamos mesmo quando estamos de olhos bem abertos sem nem mesmo piscar. Há uma chama nas entrelinhas que se apaga cada vez que o telefone não toca, e há um ruído tentando se comunicar através do vazio que é a sua porta aberta.

Monday, March 16, 2009


As pessoas são hipócritas, fantasias que caricaturam elas mesmas à representar-se nesta pantomima chamada sistema. Não se está preparado para o esquema. O dia é longo a paciência pequena. O riso é largo e falso. Os fantoches se divertem e somem por entre o cenário que procura a todo custo estar impecável para a apresentação. Teatro é dançar em cima de uma bola de fogo e fingir não se queimar, com a mente atordoada sorrir da miséria estampada nos rostos viçosos e dos corpos bem alimentados. Ser forte o que é? Fingir ser o super herói fanstástico enquanto os becos humanos dentro de si transbordam angústia. Se o forte que possui o dever de levar segurança e alegria se veste de gente quando vira normal, o que dirá daqueles transeuntes da rua que expõe nos olhos a agressão do cotidiano e no amarelo dos dentes a terapia do entristecer. E o que será das crianças? que acreditam no herói que não passa de reles humano, e sorriem verdadeiramente pois vêem através da óptica da inocência alguma graça neste colorido mórbido. Nada melhor do que enxergar o mundo com estes olhos, que não tardar se tornarão míopes.

Wednesday, January 21, 2009


O abismo se choca com a rocha. Há silêncio demais, e há lágrimas demais também. Algumas coisas podemos evitar, outras nem tanto. Sinto um calor que encomoda e machuca o peito assim como as dúvidas que pairam sobre meus intermináveis dias. Me pergunto se serei EU o mote de todo conflito, meu individualismo reinante falando através do egoísmo o que não consigo ouvir de mim própria. Por isso faço ecoar aos berros o sentimento que infla meu coração e a medida que as palavras vão saindo ele vai murchando aos poucos até que perca a forma. Quando isso acontece me sinto abstrata, parte de mim se esvai, brigo comigo mesmo para evitar tal situação mas não consigo. Não sei como desenvolvi esta forma tão bizarra de chamar a atenção de quem amo. Conviver com alguém pode ser um passo para o auto conhecimento e para o delírio também. Minha cabeça dói, sei que tudo que quero é que alguém volte e me chame e me convide para fazer algo e me envolva em seus braços. Mas esta infantilidade emocional é uma clausura. Não há como sustentar grandes edificações sem boa base, e me perco cada vez que olho para dentro de mim, assim.

Tuesday, January 20, 2009


It´s hard...


Um novo ano começa, aos poucos os dias correm e se tranformam em intermináveis horas que se passam e dançam conforme um ritmo de música calmo, como se fosse uma canção de ninar. No meio da noite, acordo e sinto um pavor assombrar os meus pensamentos e também meus sonhos, um pavor que se traduz em medo. Medo de não ser feliz ou ser feliz só pela metade, medo de ser só a metade e não o inteiro, medo de romper com meus próprios conceitos para dar um passo à frente. São tantos, que acabam por enumerar uma lista de coisas que me vem assaltar a memória em dias em que não tenho muito o que fazer.


Forever and ever, life is now or never!