Alguém me disse que sempre teve uma pessoa para me dizer o que fazer...Agora me encontro nua em uma encruzilhada de indecisões, a transparência da realidade dói nos olhos...È difícil ter consciência de que a responsabilidade começa a cair por cima dos ombros e que só depende de mim mudar a situação.Não posso mais pedir para ninguém me segurar enquanto eu caminho na corda bamba, adianto o tempo na indecisão...Confiando na ilusão de que uma noite resolverá todos os problemas e que quando o sol brilhar novamente eu estarei nova...
A renovação não vai partir da escuridão sem que eu acenda a luz...As vezes penso que sou a única pessoa no mundo a sentir tal desconforto...Já profetizava Nietzsche da inconformidade do ser humano em ser simplesmente humano com todos os labirintos que nos fazem perdermos dentro de nós mesmos...Uma vida sem problemas é uma vida inútil, pois há de se aprender com eles...Preciso encontrar uma válvula de escape que me faça produzir uma mudança no que eu sou para aquilo que pretendo ser...Nem tudo pode ser efêmero, nem tudo pode ser duradouro...
Agora me sinto sozinha, como se pudesse contar somente comigo mesma...E é assim que terá que ser..Talvez em um momento da vida eu agradeça por estar passando por isso..Não é o final do mundo, pode até ser o recomeço do meu universo...Eu não me conheço...Eu ando nas ruas a procura de uma felicidade que está fora do meu alcance...E sempre foi assim...Ao colocar as palavras em ordem, a medida que os pensamentos coordenam essas linhas posso sentir um pingo de otimismo brotando de dentro do coração...
Perder um amor é como perder uma parte de si, espero descobrir que nosso corpo é regenerável, e que a fumaça que sai das cinzas queimadas dentro de mim se dissipe lentamente para bem longe, e se dissolva no ar...Sempre sonhei em voar, talvez num futuro próximo terei essa oportunidade, adentrarei um mar nunca antes navegado, conhecerei seres nunca antes vistoa, espécies exóticas que jamais sonhei encontrar...
Estou tentando lembrar se tenho algum segredo...Se guardo dentro de mim alguma fórmula genuinamente minha além de meu DNA...Talvez eu esteja a inventando a cada dia, ou a destruindo aos poucos...Já pensei em acabar com isso milhares de vezes, mas seria covardia deixar tudo isso pra trás...Não sei o que pode vir, seria uma jogada muito arriscada simplesmente sumir, sem saber até onde vai o ponto final...
Não quero morrer, apenas sobreviver aos dias...Estar ciente de que as escolhas sim, essas tem um peso talvez mortal sobre nossa existência...Na verdade não gostaria de ser ninguém a não ser eu mesma, nesta insanidade ou excesso de consciência eu esteja descobrindo que não sou só uma...Que posso recorrer a outras dentro de mim, e pedir ajuda a elas para que me libertem...Ou que apenas me façam companhia na hora de embarcar para uma nova direção...Talvez descobrir que agora já não dou mais atenção para o que os outros vêem de mim...
Existem dois pólos do meu ser, aquele que busca insanamente uma libertação momentânea através de impulsos muitas vezes impensados para obter satisfação e prazer... E outra que pretende desbravar o mundo através de algum talento inato que ainda não sei explicar.... Talvez agora eu comece a descobrir a minha missão neste lugar... Todos a temos, se não temos é porque não fomos suficientemente inteligentes para descobri-La ... Então como nunca eu perceba que agora, tanto faz se eu morrer na praia ou naufragar, para os outros tanto faz, agora depende de um compromisso comigo mesma...
Meus pais já não acobertam mais minhas carências e frustrações, meu mundo se tornou maior do que caberia a eles suportar com os dois braços como se estivessem me mantendo no colo o tempo todo...Eu quero sair a noite sozinha, e estar disposta a me deparar comigo mesma no espelho de um bar qualquer e dizer, vamos embora estou cansada de ficar aqui...Não quero mais seguir desenfreada e irracionalmente..Instintivamente..Já está comprovado que minha satisfação é mera questão de segundos...Como uma criança que enjoa do brinquedo, ele não se trata mais de passatempo quando tenho com livre acesso ao alcance das mãos.. Torna-se algo corriqueiro e banal..Essa intervenção que eu tenho constantemente com o desespero como se estivesse em um parque de diversões e subisse e descesse a montanha russa dos dias rapidamente é algo que não dura tanto tempo assim, pois o parque fecha....
As ilusões não se cristalizam...O que esta a minha volta me influencia poderosamente...E passo a sentir outras sensações novamente...Não quero mais pensar em um futuro que não dependa só de mim mesma.. Agora é a hora de construir bases e pontes sólidas para que em algum momento eu possa me apoiar quando me deparar com esta situação de desolamento novamente..Quando todos se forem, as luzes estiverem apagadas, as maquinas não estiverem em funcionamento, e meus monstros começarem a me assombrar, terei que lutar contra ele sozinha e se preciso acender as luzes também...O primeiro monstro que tenho de derrotar esta muito próximo...Esta será a segunda tentativa e espero não falhar, nossos cavalos de batalha se fortalecem a medida que caímos de cima deles...
Se existem armas neste mundo é para suprimir um problema imutável...A inocência dos homens em acreditar que a força física pode derrotar os inimigos fez com que elas fossem criadas... Porém inevitavelmente as armas materiais voltam-se contra seus próprios criadores, aqueles que portam elas em suas mãos e acabam sendo vitimas de si próprios...Armas assim são uma constatação da estupidez e burrice humana...Porque o que realmente tem o poder de ferir e banir um inimigo eternamente é a força que não podemos enxergar...Talvez eu tenha fé,.. Só por hoje.. Ou para todo sempre...Espero de coração que sim...
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