Fora uma cortina que se abriu no céu cinza de uma tarde chuvosa, que cintilava um horizonte quando os raios se manifestavam... Muitos olhos a espreita de uma fresta para vislumbrar um paraíso de sonhos impossíveis.
Cai a noite e a cortina se fecha, antecipadamente acenden-se as luzes e os postes da rua, iluminando as placas que indicam para onde seguir. Há um ser humano só, abrigado em baixo de um guarda chuvas preto, anda pelas calçadas molhadas sem cruzar com uma alma viva.
A fumaça das casas invade a rua e impregna suas roupas já molhadas. Nenhum abrigo agradável se apresenta, está prestes a desistir de caminhar quando revira o bolso do casaco e encontra um cartão inesperadamente. Provavelmente havia o esquecido ali. Rodeia a cabeça para todas as direçoes a procura de um telefone e de repente avista uma porta com uma plaquinha inscrita "ABERTO". Segue em direção a luz que indica que alguém divide com ele a solidão daquela noite. Para sua surpresa logo que se depara com a porta de vidro, percebe uma profusão de movimentos lá dentro. Sem titubear avança. Uma escada leva a um andar subterrâneo, desta vez é a fumaça dos cigarros e o balanço da música que invadem suas roupas e sua alma. Mulheres vão e vem de todos os lados, são muitas estão em todos os lugares, seus olhos estão em chamas. Alguém se aproxima e pergunta você está servido? O que um homem naquelas circunstâncias poderia responder se não um negativo redundante inundado de esperança, depois de ter atravessado a cidade inebriado em pensamentos torpes e sombrios, desempregado, abandonado como um cão e com pouco dinheiro para gastar, aquela pergunta possuia uma sonoridade majestosa, poderia ser sua salvação. A mulher está olhando séria para ele, com uma postura um tanto apressada anseia pela resposta, ele então mexe o maxilar para entoar um não quando de repente, acorda.
Alguém se perdia e outro se encontrava no momento em que começei a escrever este conto e este outro obviamente o sujeito em questão, acordava de um sonho confuso em uma manhã de quinta feira veranil, com o sol brilhando do lado de fora e a brisa leve movimentando as cortinas alvas enquanto os pássaros cantam, os carros da rua entoam o hino do tráfego, e o despertador toca: É hora de levantar!
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