O trabalho, o movimento incessante que nos torna servos da nossa própria escolha e também da nossa obediência me faz crer que cumprimos um dever cada dia que se põe. Uma semana algumas horas ou a vida inteira num movimento robotizado por mãos que guiam, digitam, desenham, preenchem, constroem e também pousam em descanso. Sinto meu corpo amortecido depois das horas em pé, e ainda assim uma excitação sombria para que o dia comece novamente. O coração palpita mas se torna cada vez mais brando, quando seus movimentos já nem mesmo obedecem a voz de comando. Ouço sinos em meio a escuridão e na praça há gente gritando procurando uma saída pra tanta coisa. Saída que também é a porta de entrada para um outro mundo. Estou diante das cartas que me imaginei recebendo, e apenas relembro do que eu enviei, são tantos dias tantas noites que correm por mim, que sinto que me perdi em meio a esse turbilhão de coisas, como uma nuvem que encobre o sol em dias claros, e impede de que os raios se dissipem e iluminem o dia... Tornando-o por horas escuro. Sinto o toque de uma gota, se dissipando no rosto e se acomodando nos poros como a água que pode lavar a alma se de fato ela estiver suja. Temo em dizer tudo que sinto e temo sentir tudo que penso, há sincronia entre estes dizeres que apesar de densos e insólitos são doces, e pedem um pouco mais de paixão. Pelo momento, pelo fato do simples estar, viver, ter ou possuir, encontrar, existir. Não existe partida sem antes chegar assim como não existe a distância se não soubermos somar a proximidade, gostaria de ouvir a voz dos anjos para fazer dessa noite uma canção de ninar mas logo me viro ao som que vem da rua e sinto que é na terra sim, que hei de ficar, na terra de sonhos reais que cogitamos mesmo quando estamos de olhos bem abertos sem nem mesmo piscar. Há uma chama nas entrelinhas que se apaga cada vez que o telefone não toca, e há um ruído tentando se comunicar através do vazio que é a sua porta aberta.
Sunday, March 22, 2009
O trabalho, o movimento incessante que nos torna servos da nossa própria escolha e também da nossa obediência me faz crer que cumprimos um dever cada dia que se põe. Uma semana algumas horas ou a vida inteira num movimento robotizado por mãos que guiam, digitam, desenham, preenchem, constroem e também pousam em descanso. Sinto meu corpo amortecido depois das horas em pé, e ainda assim uma excitação sombria para que o dia comece novamente. O coração palpita mas se torna cada vez mais brando, quando seus movimentos já nem mesmo obedecem a voz de comando. Ouço sinos em meio a escuridão e na praça há gente gritando procurando uma saída pra tanta coisa. Saída que também é a porta de entrada para um outro mundo. Estou diante das cartas que me imaginei recebendo, e apenas relembro do que eu enviei, são tantos dias tantas noites que correm por mim, que sinto que me perdi em meio a esse turbilhão de coisas, como uma nuvem que encobre o sol em dias claros, e impede de que os raios se dissipem e iluminem o dia... Tornando-o por horas escuro. Sinto o toque de uma gota, se dissipando no rosto e se acomodando nos poros como a água que pode lavar a alma se de fato ela estiver suja. Temo em dizer tudo que sinto e temo sentir tudo que penso, há sincronia entre estes dizeres que apesar de densos e insólitos são doces, e pedem um pouco mais de paixão. Pelo momento, pelo fato do simples estar, viver, ter ou possuir, encontrar, existir. Não existe partida sem antes chegar assim como não existe a distância se não soubermos somar a proximidade, gostaria de ouvir a voz dos anjos para fazer dessa noite uma canção de ninar mas logo me viro ao som que vem da rua e sinto que é na terra sim, que hei de ficar, na terra de sonhos reais que cogitamos mesmo quando estamos de olhos bem abertos sem nem mesmo piscar. Há uma chama nas entrelinhas que se apaga cada vez que o telefone não toca, e há um ruído tentando se comunicar através do vazio que é a sua porta aberta.
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