Sunday, February 21, 2010
SOBRE O ATO DE PROCRASTINAR...
É nestes dias de calor febril que sinto uma urgência interminável. Talvez seja culpa do movimento, do ir e vir em que me encontro, das plataformas reais da vida que se entre cruzam com as virtuais para dizer entre links e palavras alguma coisa que queiramos ou esperamos ouvir. Durante um bom tempo estou há adiar milhares de coisas que formam uma pilha de afazeres êncomodos, custo a me deparar frente a frente com elas mas teimo que possa ser tarde demais para começar a desfazer o volume acumulado ao longo de meses. Desta forma, penso que talvez seja hora de fazer um começo diferente do habitual. Depois de queimar os dias no sol tropical das praias do sul, nas madrugadas infindáveis regadas a muita festa, sinto que é hora de centrar a cabeça em algo pálpavel e menos fugaz. Sempre tive para mim que algumas coisas, talvez as mais efêmeras e passageiras são como uma dose única e anestésica de prazer que se dilui rapidamente na corrente sanguínea fazendo com que logo precisemos de mais uma dose, "é claro que eu tô a fim", porém, obviamente a noite sempre tem fim. Correr na chuva, sentir o entusiasmo das pessoas ao meu redor poderia ser uma premissa além de inquietante, renovadora. Porém, há algo aqui dentro que causa uma bagunça tremenda, um caos interior que eu invariávelmente demoro a ajustar. Parece que o mundo vai demolir todas as estruturas perenes e só sobrará o concreto das cidades clamando pelo meu trabalho. Volto à rotina, contra gosto, pois não é aqui que gostaria de estar, apesar de estar ciente de que é isto que devo e tenho de fazer no momento em questão. Sò queria alguém para conversar e adiar por mais algumas horas essa sensação de descontentamento que sempre toma conta de mim em determinados momentos da vida, quiçá não existisse o domingo. Talvez tenha sido o fato de voltar para onde tudo começou, a cidade pequena, as mesmas pessoas, as mesmas ruas e os mesmos trajetos. Tudo premeditado ou demais conhecido. Falta um conteúdo inquietante, um lacre para quebrar, um livro mágico para saborear, falta atenção, falta disciplina, me deixo levar pela sensação e caio logo no tédio. Quero brincar com coisas novas, mas que detenham minha atenção por mais de meia hora. Meus pés sempre dão passos mais largos do que eu possa controlar, estou deitada sob o ar, quero me segurar mas o sentimento que gravita snesta órbita me pende para baixo, é essta tal insustentável leveza do ser...
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