Saturday, April 25, 2009
Friday, April 24, 2009
Fico me perguntando quantas coisas perdemos ao longo da vida e imagino que para abrigar todas estas coisas seria necessário um grande setor de achados e perdidos.. do tamanho do infinito. Diversas são as coisas que perdemos, objetos de toda sorte, pessoas, sentimentos, partes de nós, ônibus, carro, hora marcada enfim até mesmo o tempo. Já ouviram falar naquela expressão perda de tempo? Não sei porque mas algo me remete a ela hoje. Muitas vezes ao nos dedicarmos com vigor a determinada coisa, ao alimentarmos sentimento de afeto, apreço e carinho, não nos damos conta que esta coisa pode um dia se perder, separar-se de nós ou simplesmente sumir enquanto caminhamos. Foi assim que meu head phone foi procurar outra morada. Agora vejamos como o verbo perder está indissociávelmente ligado ao verbo achar. Enquanto andava distraída, calada e com os pensamentos longe de qualquer território paupável meu head phone caiu no chão silenciosamente, neste mesmo instante, alguém que ali passava ou estava não sei muito bem o achou, recolheu para si e levou para todo o sempre, pois definitavamente depois de algumas vãs tentativas de encontrá-lo minha busca foi mal sucedida. Enquanto lamentei pela perda, alguém sorriu ao achar um objeto tão útil, que dirigiu uma trilha sonora curta da minha vida e teve papel importantíssimo nas minhas incursões de ônibus por aí. Pois é agora ele emana sons que fico imaginando quais no timpano de alguém. Fico pensando se esse alguém é mulher, homem, novo ou velho, se escuta música boa, que para mim seria tudo menos sertanejo pagode e afins. Sei lá não vou denominar esta pessoa de mau caráter até porque como estou tentando provar, tudo que perdemos automaticamente é achado, se não por nós, por outra pessoa. Assim como no amor. Amor muitos dizem ser um jogo, que alguns aprendem a jogar enquanto os outros ficam na arquibancada assistindo, outros falam que trata-se mesmo de aprendizado de esmero de estudo em relação ao ser amado até chegar ao apsê da admiração, outros dizem que não existe e esses me parecem bem machucados porque quem diz que amor não existe é porque nunca amou ou porque sofre por amor então acredita que ninguém vai amá-lo. Me sinto um pouco burra, bitolada, idiota sofrida por ter perdido meu querido phone de ouvido insubstituível até o momento que eu compre um novo de qualidade superior a ele.
Engraçado como tudo também gira em torno de comprar e substituir algo. Pessoas trabalham a vida inteira dão o suor e o sangue as vezes até a alma para investir toda esta intensa entrega a uma coisa que possui quatro rodas com um carro por exemplo. E estas são as pessoas mais normais da face da terra. Realmente meus queridos este mundo é insano. Quando dizem que de perto ninguém é normal, não estão dizendo que somos anormais, mas que somos míopes. Porque afinal miope não enxerga de longe e quando enxerga de perto costuma aproximar tanto os olhos que acaba nao enxergando merda nenhuma ai diz-se que é loucura. A maior verdade é que para míopes ou não a loucura é algo muito relativo, como gosto, beleza e por aí vai. Assim como existem duas denominações para o significado da palavra propriamente dito, aí vão elas: Perturbação mental- doença; disparate; extravagância, é o que cometemos todos os dias, gastando mais do que o orçamento prevê, alimentando paranóias, medos, incertezas, obssessões, manias, compulsões, toques, ou toc como quiserem, e têm mais: alienação mental; Insensatez; imprudência; doidice, acto irreflectido. Estou pasma, cometemos isto todos os dias! E se ousarem dizer que não, é só vermos nos jornais, lá estão mais do que em evidência todas essas características de um louco, ou de um humano. Concluo com a seguinte dúvida, se o sanatório que é este mundo ficar superpopuloso para onde vão ir todos os loucos? As empresas farmacêuticas vão desbravar os planetas e criar um parque de diversões para nós? Onde ficarão as crianças? Até onde eu sei crianças não são loucas porque são os únicos seres que não cometem loucuras diariamente, até onde eu sei é claro. Bem nossa situação está complicada. Juntemo-nos em uma seção de achados e perdidos ou num sanatório de vista para o mar, estaremos ainda, loucos!
Monday, April 20, 2009
Os olhos estão petrificados em uma redôma de fatos que surgem como um flash back.
Assombram, desolam, encomodam até o corpo sentir vontade de expurgar tal sensação.
Chutar ao vento como uma pedra todo o presente instante de sentimentos entrecortados de dúvida.
Interrogação que paira sobre o céu formando uma indagação nas nuvens do tempo.
Há silêncio, conformo-me com o barulho do silêncio. Se ele tivesse cara seria pálido e dissimulado.
Ação da incerteza, que faz de nós escravos de um fairy taile irreal.
Se alguém pudesse rasgar este sentimento em pedaços como papel confidencial que jogamos ao lixo, seria reconfortante.
Sujeira, toda a sujeira impregnada que você me remete não alivia suas palavras doces e lágrimas que a mim não me parecem de tristeza.
Ouça a batida que embala os dias tensos da monótona vila onde um dia serviu de palco pra história de casa de bonecas que queima cada vez que relembro.
Está em chamas, tudo vai se dissipar em alguns meses
As folhas vão cair das arvores, o céu vai escurecer, a solidão vai chegar mas estarei levantando, pra reviver novamente.
Wednesday, April 15, 2009
O instante presente
A caminho da faculdade, o movimento da rua sob a perspectiva de dentro do ônibus é imprevisível. Mesmo que se faça o habitual trajeto todos os dias os personagens que o norteiam nunca são os mesmos. As faces, as roupas, as pernas caminhando em ritmo apressado, as crianças no colo das mães e as pessoas trabalhando formam um círculo interminável de histórias que poderiam preencher milhares de livros. Porém, estas pessoas são diferentes, sob o ponto de vista de um observador que enxerga a estética física e ousa decifrar o que elas costumam fazer, sentir viver..
.Creio que hoje seja um daqueles dias que você sente demais, come demais, e tem vontade de dormir... Que os instintos afloram como se não tivéssemos hora marcada no dentista ou o ponto pra bater e pudéssemos protelar para qualquer momento daqui a pouco tudo que temos que fazer neste exato instante, só pelo prazer de sentir-se livre e de alimentar a nossa indolência com saborosas pitadas de bem estar. Para sentir e fazer o que quiser.
Estas pessoas que vejo enquadradas fora da janela do ônibus, que aparentemente correm atrás de algo que chama-se tempo, estão na verdade sobrevivendo.
O mundo se transforma a cada minuto, segundos são suficientes para serem responsáveis por alterar trajetos, construir pontes invisíveis e mudar destinos. Existe uma fórmula pré concebida de que tudo que falamos e pensamos, e a maneira como agimos reflete naquilo que somos. Se esta fórmula está certa não faço a mínima idéia, porém, costumo perceber que a medida que observo este ir e vir deste mar de gente nas ruas, a medida que os instantes se passam, e o ar entra nas narinas só pra estar ali te dizendo que a vida é agora e que é preciso viver novamente com toda a energia possível, porque se você um dia para pra sonhar com o futuro é capaz do segundo deixar ele simplesmente passar.
Hoje pela manhã na parada de ônibus conversando com uma colega, ouvimos um barulho estrondoso de avião a jato vindo do céu, é estranho como aquilo hipnotiza, algo misterioso, com certeza, inspira aquele momento para imaginarmos o que quisermos e logo em instantes, o ônibus passa arrecadando passageiros. O jato se foi e o instante daquele fragmento do dia passa depressa, mas com certeza é suficientemente vivo para ser lembrado. Então o dia corre como habitual, muitos pensamentos e uma angustia instalada há dias comendo no peito. Correndo solta nas veias, mas é normal, é puro e simplesmente normal, sentir assim, deste jeito, uma hora parece que o mundo vai acabar, na outra já não, e assim os dias podem tornarem-se milhares de pontinhos, uma obra de arte que vale a pena colecionar!
Aquela beleza de paisagem em movimento que se transfigura nas curvas que o ônibus faz, aquela música, aquele sol luminoso fundindo o azul do céu e esquentando a tarde logo vão dar lugar aquele vento frio de inverno, aquela sensação de nariz escorrendo e mãos gélidas, aquela neblina das primeiras horas da manhã, e isto que recordamos aqui nestas breves linhas, se congela pra ser aberto e lido a qualquer hora seja neste inverno ou no próximo verão. Mas é preciso, sempre, viver, correr, andar angustiado, amar, enlouquecer, sorrir e ouvir aquela música no banco do ônibus pra descobrir nem que seja por alguns instantes que a música não para de tocar nos ouvidos enquanto o mundo estiver girando e as coisas acontecendo aqui, bem na nossa frente!!!