Vivemos em um grande aquário, enquanto nós humanos ousamos olhar para cima e contemplar o céu, nos despedaçamos em cacos dentro de um imenso campo de eletricidade. Somos átomos imersos, em nossos preceitos, dogmas, pecados, medos, desejos, ambições...
Mas o que nos segura aqui? Que é esta tal de gravidade? Algo com o qual podemos nos segurar? Onde está o contra peso das nossas fraquezas? Onde está o diretor deste teatro de peixes que não conseguem mais viver em seu próprio habitat?
Naufragamos no peso do nosso próprio corpo cada vez que damos vazão aquilo que faz parte da obscuridade. É extremamente paradoxal pois somos seres abissais dentro deste grande aquário de modo que estejamos de certa forma cegos na escuridão.
Sem toques, sem afeto, sem gestos de bondade, sem alegria, sem brilho no olhar, sem ânimo, sem sensação, sem carinho somos como mostros oceânicos criados em cativeiro, quando nos soltamos à merce da grande correnteza da sociedade estamos vulneráveis a permutar nossa vida inteira e nossas alegrias em troca de conforto momentâneo.
Pois é isso que muitas vezes o convivio social nos proporciona. Chego a esta conclusão particularmente porque quanto mais se convive com os "outros" maior é a frieza e insípidez com que se tratam os mesmos, nesta banalidade cotidiana onde as regras o tempo que impõe e as leis são o limite de um território que deveria ser infinitamente livre, sem fronteiras.
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